quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

ETERNO CAOS
 
 
Nunca fui muito arrumada. Aliás, funciono muito em "caos organizados", sabendo exatamente onde está tudo e tendo timmings e formas de organização muito particulares. Tenho cá as minhas manias e os meus "tempinhos" e é assim que me sinto bem e tudo vai funcionando na mesma, com eficácia!
Tenho sempre imensas coisas para fazer em várias "frentes de ação": profissional, extra-profissional, pessoal, maternal. Às vezes sinto que precisava que os dias tivessem mais horas, para poder fazer um bocadinho de tudo aquilo que preciso. Outras vezes gostava que as horas se prolongassem o tempinho suficiente para estar a fazer só aquilo que quero e que às vezes é tão pouco e tão depois e a seguir e no fim de TODA a super, mega, hiper logística que me envolve e que se estendeu por todo o dia. Com a vida que levo, tenho aprendido a rentabilizar todos os pedacinhos de tempo, aprendendo também a priorizar todos os hobbies que tenho e que me fazem tanta falta: leitura, fotografia, cinema, algum desporto (... devia ser mais, sim, sim!)... As vulgares lides domésticas, tão terapêuticas para tantas amigas minhas, não o são, em absoluto, para mim (à exeção da cozinha, cozinhando mesmo, que funciona, às vezes, como uma pequena "terapia de laboratório" doméstico onde invento e recrio muito, muito...). Há coisas que nascem impressas no nosso ADN como uma marca vitalícia, como aquelas doenças filhas de um gene silencioso que, a certa altura, resolve manifestar-se porque estava predestinado e essa aversão às tais lides da casa, acredito que seja uma delas. NÃO GOSTO E PRONTO!  Tenho alguma ajuda sistemática, mas o que resta, é tratado por mim (nós), com um espírito prático que me caracteriza nas outras coisas todas: rapidez, determinação, em proporção com a vida que tenho e com a condição de mãe de três filhos ultra, mega, super rápidos e vorazes também a desarrumar (e a arrumar a seguir, porque os obrigo!); mas reconheço que não sou "escrava da casa", das tarefas que lhe são inerentes, do seu brilho e esplendor! Tento habituar-me à ideia de que não consigo ter a casa sempre muitíssimo arrumada, com tudo nos sítios, com bancadas a brilhar. Seria uma luta inglória e desigual, que não quero "comprar", desiquilibrando todas as outras necessidades de tempo e ocupações que tenho, mas confesso que sinto aquela pontinha de "inveja" (daquelas inocentes e sem maldade...) daquelas amigas cujas gavetas dos tupperwares estão tão organizadinhas por cores, tamanhos, formas e funções!!! Como é que é possível???? A minha gaveta dos tupperwares, será o eterno caos, mil vezes arrumada e mil outras vezes caótica... no final, procuro aceitar... talvez seja uma imagem de marca, daquelas que vêm com o "ADN da vida" e se assim é, o que há a fazer?
 
 
 
Boas lides!!!!!


4 comentários:

  1. Pois é, bem que eu me irritava contigo com a desarrumação constante do teu quarto...Mas, depois, dava para perceber que o essencial estava, enfim convenci-me aos poucos que o ditado: os inteligentes são sempre desarrumados, se aplicava a ti...! Depois cresceste, creceste..e a minha ternura contemplativa, mas discreta, me faz sentir, muitas e muitas vezes orgulho da tua eficiência!! beijinhos

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  2. Como eu te entendo. Comigo é exatamente igual (a começar pela minha secretária que é o meu espelho acumulativo e caoticamente organizado- sei onde está tudo. Basta não mexer).
    Quanto à casa, longe e milhares de quilómetros de ser escrava dela, penso, desculpando-me, que tenho coisas bem mais interessantes para fazer e prioritárias. Desculpas minhas. Também não encontro terapia nenhuma na arrumação. Quanto ao meu armário de tupperwares (armário, sim), a porta nem fecha e se abrir, caem todos. Mas pronto, se tu e a tua mãe dizem que são um sinal de inteligência, fico com menos peso na consciência.
    beijinhos grandes

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    1. Bem, sinal de inteligência, não sei, será a ternura da minha mãe a falar, mas acredito que pelo menos da "emocional" será certo, já que nos leva a priorizar outras coisas bem melhores, eh, eh...

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    2. Plenamente de acordo... eu diria mesmo é mais soft a fada à escrava mas cada um com as suas idiossincrasias, eu também opto, sem sombra de dúvida por outras coisas...

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