quarta-feira, 30 de novembro de 2016





FOGO MÃE, ENGANEI-ME...

- Oh mãe, fogo... enganei-me! "Não vou poder, este "poder" é com O, não é? Eu sabia!
- Ai Pedro!!!! Claro que é com O!! "Puder", "se eu não puder" é que é com U!!! Não acredito que escreveste mal...
- Pois! Escrevi...
Risadas... Minhas e dele... 
Acrescentei: -É um erro muito comum, mas é uma pena escrever-se mal... já sabes como eu sou com este assunto e pronto, já sabes o que eu acho: lês pouco, escreves pouco e isso treina-se, ouviste? Sabes o que o meu professor nos fazia?
-Sim, já sei... - e lá repetiu o que tantas vezes lhes conto. As "palavras difíceis" iam para casa como "deveres", ou TPC, como se diz agora e o que é certo, é que a fotografia da palavra ia ficando, devagarinho, colada a uma destreza ortográfica que íamos construindo. 
Têm hoje muitas outras competências, eu sei. Outras destrezas e capacidades "oleadas" por um acesso à informação e ao conhecimento que nós não tínhamos, mas o poder da sistematização, da leitura, do treino da capacidade de expressão oral e escrita, esses são intemporais.

Por isso, Pedrocas, ri contigo sim, do jeito rápido com que arrumaste este assunto. És parecido comigo, também no riso que fazemos de algumas falhas que temos e no registo "despachado" de muitos assuntos. Isso é saudável, faz-nos purgar erros e dar-lhes (SÓ) a importância que têm, mas que essa leveza saudável, não te faça retirar aos assuntos a importância que também têm e escrever-se sem erros é (quase) uma obrigação.
Tenho dito! 


P.s. E foi assim, com esta cara, que tudo se deu...


segunda-feira, 28 de novembro de 2016




PEDESTAIS


-Vais fazer um posto no blog, já sei... - disse-me meia a sorrir.
Pois! Já sabem como é e pelos vistos, lêem-me mais do que eu imagino...
E foi assim, num pedaço pequeno de tarde de sábado que lá fomos, vê-los a todos àquele Lar, numa etapa final de vida. Os olhares perdidos, a demência expressa, a limitação física, a extrema velhice de alguns, o abandono, a solidão no meio de tanta gente, mas também o contentamento de (quase) todos, por nos verem, por poderem sorrir para a nossa juventude, por nos ouvirem cantar, por cantarem connosco, por se sentirem queridos por um pedacinho. A mão que agarrava a nossa com vigor, a palavra que não se entendia mas que saía para nós, direta como uma flecha num comunicar que se queria fazer, mesmo sem se entender, o sorriso sincero que nos dirigiam.  E foi tão fácil e foi tudo tão simples. Sem preparações, ensaios de maior ou grandes antecipações. Só fomos e estivemos. De coração, acho...
Para mim, (e julgo que para nós todos... ) foi também a descida dos nossos pedestais de juventude e vivacidade, tão cheios de nós próprios, tão insuflados de certezas, tão sem tempo e com pressa e o confronto com uma realidade que nos rodeia: a da velhice e do abandono. 
O poder dar um pouquinho de mim, do meu tempo, do meu sorriso, da minha festinha na cara ou na mão, o poder inspirar humildade e gratidão que me eram devolvidas a cada instante, o ver que afinal é fácil agradar, se quisermos e pudermos. E podemos tantas vezes...
E estes exercícios de humildade têm que nos tornar melhores, a sério, fogo...
E aqui deixo a foto possível.



sexta-feira, 25 de novembro de 2016






A TUA VIDA

Daremos às datas sempre e só o que quisermos, assim como daremos às datas-que-não-são-datas, também o peso que quisermos. E é bom sermos assim senhores do nosso tempo e daquilo que queremos fazer e celebrar. Sem convenções parvas. Só porque sim e porque nos sentimos bem com isso.
E hoje esta data é especial, porque se celebra a TUA vida. 47 anos da TUA vida, que é um bocadinho nossa também.
Utilizarei sempre este blog como assento de notas de felicidade, apontamentos críticos, opiniões e reparos. Servirá sempre como folha de papel para passar para palavras coisas que sinto cá dentro e que não me importo de partilhar com a blogosfera, que é quase como dizer, com o mundo.
E hoje sinto-me muito grata por ti na minha vida, pelo projeto que temos juntos, pela serenidade e clarividência que me dás tantas vezes, pelo pragmatismo que alivia a minha tensão emocionada sempre, pela tua matemática que tempera a minha emoção, pela ideia de futuro que me/nos dás, pelos filhos que me deste e que eu te dei, pelo amor que me tens e que me estrutura, pelos momentos bons e maus que passamos juntos, porque junta é a nossa vida, pelo homem que sei que és, por aquilo que eu sei que também te dou e por tantas outras coisas que caberiam agora em 47 anos de vida, da TUA vida. 
E é tão bom essa vida ter um bocadinho de minha também.
FELIZ ANIVERSÁRIO, meu amor.

P.S. Não estavas sozinho nesta foto, mas cortei-a, porque hoje o dia é só teu...

terça-feira, 22 de novembro de 2016






PREGO A FUNDO

Precisei ontem de conduzir por metade do Algarve, na Via do Infante. O céu estava assim, naqueles fins de tarde maravilhosos, em que o céu se põe desta cor e em que olhamos para o horizonte e vemos esta púrpura maravilhosa. 



Estava sozinha e conduzia depressa. Aliás, tenho por hábito (mea culpa) conduzir depressa. Gosto de sentir o carro, de ouvir música e de descomprimir assim, embalada pela condução. Fez-me lembrar os tantos anos em que tinha que conduzir às meias horas para cá e para lá para ir trabalhar e o bem que isso me sabia, ao contrário da maioria das pessoas, que sentiam a condução como um fardo. O meu prego a fundo ajudava-me a mudar de registo, a passar de uns cenários vividos para outros a viver no momento seguinte, a descomprimir, a cantar alto, a não pensar em nada. Sim, ontem revivi essas alturas maravilhosas. 
Embalada por esta recordação pensei no bem que me fez andar de escola em escola nesses tempos: conhecer pessoas novas, perceber novas formas de trabalhar, aprender a questionar, apurar a intenção pedagógica que define procedimentos, relativizar aquilo que se julga já saber, crescer, crescer, crescer.
Pois é, todas estas sinapses passaram pelo meu pensamento ontem, enquanto conduzia, ouvia música e aí de prego a fundo... E o bem que isso me soube!

sexta-feira, 11 de novembro de 2016






NÚCLEO





E este será sempre o meu núcleo mais profundo. Aquele onde vou buscar sentido, mesmo sem me aperceber e aquele que me define como pessoa. Aquelas quatro existências que, a par da minha própria me compõem como se eu fosse uma peça de puzzle que só faz sentido se estiver completo. E para minha graça, está completo. E é cheio. E forte. E significante. E barulhento. E vivo. E bom.
E como alguém me dizia por estes dias... " só isso importa, Paulinha, só isso importa..."
Pois é...


P.s. Adoro estas duas fotos...





quinta-feira, 3 de novembro de 2016





'BORA LÁ...




A crónica da Laurinda Alves, Desmotivadores militantes, no Jornal online OBSERVADOR, fez-me pensar. 
"Muita gente acha que ser verdadeiro é dizer absolutamente tudo e não guardar rigorosamente nada, esteja quem estiver. Nada mais demolidor." (...)
Pois é...
O desafio que sinto é o de conseguir encaixar estas verdades descritas, diariamente, a toda a hora, mantendo os níveis de motivação em alta, ou média, utilizando repetidamente aqueles filtros que criamos para sugar só o que importa e rindo, rindo muito, que dizem ser sinal de inteligência. 
Isto sei que só depende de mim e isto sei, fará toda a diferença.
'Bora lá...