quarta-feira, 27 de maio de 2015




PECADO CAPITAL


E hoje, com níveis de preguiça muito acima dos recomendáveis, aqui fui carregando baterias, roubando à azáfama do dia um pedaço de tempo e adiando no mesmo tempo tudo o que tenho para fazer e que não é pouco... 
Sim, sei que funciono melhor sob pressão, sempre assim foi... achava é que isto não piorava com a idade e digo, piora e MUITO!
Mas pronto, soube-me pela vida, por isso, estarei certamente perdoada, acho... afinal, há luxos que só podemos ter às vezes!





P.S. Quando é que meto na cabeça que já não tenho idade para me deitar à hora que deito?
Pois... 

terça-feira, 26 de maio de 2015





MUITINHO...

Não sei de quem é... Vi no Insta de uma amiga!!
Tão lindo!!!


Fogo, serei sempre assim, uma foleira-romântica-empedernida-o-que-se-há-de-fazer?
E depois, recebo isto...




Pronto! E agora?

quinta-feira, 21 de maio de 2015




RÔR DE ANOS


-Há quantos anos?
-Sei lá, 15,18, 20... mais... já perdi a conta...
-E não te fartas?
-Não, já viste? Isso é que é um fenómeno... Serei alienada?

Sou um bocado alienada em muitas coisas sim, tenho consciência disso e sou um bocadinho extraterrestre também, fujo a regras tão vigentes e tão comuns que vão imperando por aí à nossa volta. 
Mas pronto, é assim e tu fazes parte desta minha parte alienígena. Seremos os dois ET's, portanto...

Estou contigo há tanto, tanto tempo, que te descubro no silêncio, te sei de cor, calado e quieto, te decifro olhares, expressões, gestos e respiração. Não precisas de traduzir isso, nem de arranjar pausas na pressa dos dias. Sei-te e pronto e adoro!
E por isso decifro tudo isso por que vais passando por estes dias, tudo isso que vai estando por aí, escondido ao fundo da pressa e das coisas. Não precisas de dizer, porque quase sempre o silêncio também fala. 
Acho que a isto se chamará CUMPLICIDADE, aquela coisa que traduz silêncios e une sempre... 
E mesmo com a pressa dos dias, com a correria, com o cansaço, mesmo com a rotina e com todas aquelas coisas que nos atingem como homem e mulher normais que somos, sinto que esse é o nosso maior tesouro. E sei que atrás desse, vêm outros, isso é certo.
Será por isso, o rôr de anos?



P.S. Esta foto não foi por acaso e tu sabes porquê...


quarta-feira, 20 de maio de 2015




CÉU

Tive uns pedacinhos contigo assim e foi tão bom, é sempre tão bom!
Irrequieto, falador, teimoso, vivaço, decidido, curioso, arrebatador... às vezes mostras-me assim, quase sem querer, como é fácil ter-se um bocadinho de céu mesmo à mão.
Quem disse que não era simples, isto do céu?
 E sim, não há melhor que o cheirinho da mãe...







segunda-feira, 18 de maio de 2015




MOINHOS DE VENTO?


- Mas o sítio é ótimo, saem super bem preparados, há rigor e preocupação com as metas, em termos de preparação académica não há melhor. Se tivesse que optar, era mesmo lá que poria um filho.

- Pois, ok, acredito e reconheço muito disso que dizes, não sou inflexível, dependeria do filho e do contexto específico, mas, no geral, continuaria a não preferir. Privilegio uma escola que contemple também outras coisas, outras aprendizagens, que aposte em coisas que não aparecem  SÓ quantificadas nas metas. Conheço muitas escolas dessas de que falas, mas também destas de que falo, muito suportadas pelo trabalho dedicado, maravilhoso e (às vezes) hercúleo de muitos professores. Já tenho alguns anos disto e sei do que falo! Reconheço que às vezes é preciso escolher, ou ter um pouco de sorte, mas não é linear, isso de que falas.
Ficou a olhar para mim incrédulo. Outras aprendizagens? Outras coisas? Que não se quantificam? O que é isto? - deve ter pensado-  esta está maluquinha!

Pois, se calhar estou mesmo... Se calhar sou como o D. Quixote e continuo, cega, a enfrentar moinhos de vento que não existem, mas depois lembro-me das Educadoras e Professoras que os meus três filhos tiveram, depois lembro-me de tantos e tantas colegas que contrariam esta tendência implacável de nos tornar números, depois lembro-me de sítios e pessoas tão mágicas que conheci e que descobri e que me faziam acreditar no meu trabalho, depois lembro-me de diretores e diretoras de escolas por onde passei que tinham (ainda) a ideia de projeto, de arrojo, de desafio que a EDUCAÇÃO pode ter e ser e depois lembro-me de posts como este da Rita Ferro Alvim, que li hoje e penso, bem, talvez não esteja assim tão maluquinha... afinal, somos ainda muitos a pensar assim!

E às vezes, este "espírito de corpo", não me deixa desistir...
UFA...



domingo, 17 de maio de 2015




BALÃO DE HÉLIO


-Mãeeeee, chega lá aqui... - a voz era sumida, quase arrastada e arrastada também lá fui eu, que tinha acabado de me sentar.
Era quase meia-noite e, contra todas as regras da prudência (e saúde imediata), preparava-me para um zapping nos meus canais por cabo, para um filme, ou série de eleição. - Afinal, só a partir dessa hora dá alguma coisa de jeito- lá ia repetindo em modo de descarga de consciência.
-Sim, querida, diz lá... Sentei-me à beira da cama e acolhi aquele desabafo velado, tapado com o braço, em modo de descompressão.
Refutava tudo o que lhe ia respondendo, à boa moda de jovem certa e segura das suas certezas, como se só essas fossem inabaláveis e absolutas. Com pinças, intuídas na hora, lá fui conduzindo a conversa, prestando-me logo a ouvir mais do que a rebater argumentos, que no calor da angústia, nunca são bem acolhidos. - Talvez noutra altura, pensei... talvez noutro enquadramento menos emotivo. Resultará seguramente melhor.
Ia-lhe limpando as lágrimas e vendo ali uma menina mulher tão linda, tão responsável, mas também tão novinha ainda, com tanto tempo e tanto caminho ainda por percorrer.
Optei pela única coisa que não poderia refutar, suportada na minha certeza de mãe, 25 anos mais velha e tão parecida com ela em tantas coisas: o meu colo estaria sempre ali, só para o desabafo, se fosse caso disso e algo havia de certo e absoluto: tudo passaria, dia a dia, semana a semana, stress a stress, pressão a pressão. Afinal, a vida é feita dessas coisas, da gestão destas pressões, timmings e objetivos e às vezes, há alturas em que parece que uns lados da nossa vida estão mais desequilibrados que outros, porque a alguns damos menos tempo e espaço, mas no fundo, esse desequilíbrio,  só nos leva é a equilibrarmo-nos outra vez, logo a seguir. Esse é o segredo.
- Então, calma, respira fundo, sossega que tudo passará, vais ver... Prometo. 
E dei-lhe um beijinho, impondo-lhe agora o descanso necessário, que faz parte do resto do pack, o tal da tranquilidade...

Bolas, se isto de ser mãe não é das coisas mais exigentes que já fiz, vou ali e já venho, mas também, reconheço, é das mais enaltecedoras, daquelas assim que enchem mesmo a alma... como um balão (de hélio, que duram mais tempo)!


P.S. Hoje, o sol, trouxe novas cores ao dia... 
Como se eu já não soubesse...


sexta-feira, 15 de maio de 2015





ARTE MARCIAL



Diazinho interminável! Jesus, que não acabava mesmo: trabalho, trabalho, trabalho, logísticas e filhos e outras logísticas e outra vez filhos, marido off noutros assuntos que surgiram e absolutamente do seu pelouro, como mecânicos e afins, uma reunião interminável ao fim da tarde, daquelas assim simplesmente horríveis, miúdos em casa, jantar combinado por telefone, sobrou isto do almoço, acrescentem aquilo, não esperem por nós, estamos ambos atrasados (...), gestão por telefone de assuntos para amanhã (VÁRIOS), espera interminável (e insuportável) na terceira farmácia a que fui, já que as duas primeiras não tinham o que precisava, enfim... engoli qualquer coisa quando cheguei, meti-me debaixo do duche e vim acabar a catarse, aqui, que esta coisa da escrita vai tendo este efeito em mim... 
Sinto-me um bocado ninja, a sério...

Uma das várias mensagens trocadas com a minha filha mais velha, enquanto esperava na farmácia foi esta:


E isso fez-me pensar: não morremos não, querida, acredita... acho que somos (as mulheres) abençoadas com um cromossoma X maravilhoso que nos dá assim esta arte marcial da multiplicação de tempo e da gestão mais ou menos maravilhosa e eficaz que fazemos dele.
Por isso é que é quase meia-noite e ainda aqui estamos as duas: eu a descontrair, finalmente em sossego, desta minha forma e tu a falares em paradigmas e nas respostas que os filósofos dão aos problemas levantados pela ciência.
E pronto, é isto... Os homens são maravilhosos, a sério, adoro-os, mas a Natureza, é feminina, acho, eh, eh.... E olha, eu, ao contrário de ti, que és das Ciências, adorava Filosofia.


segunda-feira, 11 de maio de 2015







HÁ BRILHOS E BRILHOS
-Tens um brilho, não sei, mas encanta-me...
Diz-me às vezes isto, é verdade e é tão bom! Sim, porque há dias em que me sinto assim a sopeira-da-esquina-que-quase-não-tem-tempo-para-si-e-que-anda-sempre-numa-roda-viva-e-que-tem-cada-vez-menos-paciência-para-coqueteries...
Tenho mesmo cada vez menos paciência, é verdade, porque será? Será da idade? Oh, valha-me Deus...
Mas pronto, vou ficando com a ideia do brilho, o tal, que não sabe explicar, mas que o encanta.
E essa ideia encanta-me a mim também.
Afinal, dizem que os brilhos vêm de dentro e acho que só esses vão importando por estes dias... ou não será?


sexta-feira, 8 de maio de 2015

 
 
 
 
 BEIJO DE POESIA
 
 
- Oh mãe, já viste? Que lindo! - E leu-me o exerto do poema, deliciada...
-Sim, ele escreve maravilhosamente - respondi - também gosto muito.
E continuou, extasiada.
E ao vê-la ali assim, por momentos, pegada ao livro, mergulhada lá dentro, achei que experimentava, por minutos aquele prazer indescritível que a leitura nos traz, aquele mergulho mais ou menos profundo em palavras que nos levam para lá de nós.
Mas sobretudo, o que senti é que sim, filha, és parecida comigo na eloquência do que se sente e no sentido que dás às coisas.
Não te arrependas nunca desse traço de feitio e olha que, ser tocada pela poesia, ainda que por minutos, pode ser maravilhoso, acredita!
 
Um beijo, princesa...
 
 




GRUNHIDOS

Eu estava sentada e olhava para o ecrã, distraída. Na mesa ao meu lado, ela atendeu o telefone aos berros e fiquei, sem querer, a saber o teor de toda a conversa telefónica. De repente, ele chega. Berra com a empregada, perguntando pela torrada. Por um nanosegundo achei que pudesse estar a brincar, mas logo vi que não! Era a sério! -"que a torrada foi pedida há mais de meia hora, que era bom que se despachassem, que estava com pressa..."
A empregada, espirituosa, respondeu-lhe à letra e lá lhe levou a torrada. Grunhiu um "obrigado" e comeu, de boca aberta, fazendo barulhos inestéticos com a boca e limpando-a com as costas da mão. Ela, submissa, esperava que ele terminasse e ainda tentava encetar conversa, mas apanhava sempre com uma resposta torta e agressiva. 

Não pude deixar de observar. Valha-me Deus, que grunho e que parva, ela...
Como é possível ser-se assim, tão pouco educado e simpático? Como será lá em casa? É como é possível que uma mulher se sujeite a isto? 
Pelo ar dele, achava-se o herói do quintal. Cá por mim, fiquei arrepiada! Nem a carinha laroca lhe valeu, coitado!
Tanta estupidez junta... E ainda nem eram 9 da manhã!
Sim, há homens que grunhem, mesmo!!!



P.s. Sei lá, se calhar tive mesmo sorte...

segunda-feira, 4 de maio de 2015



ONTEM, HOJE E SEMPRE




Obrigada por me terem tornado mãe.
É mesmo assim isto, um amor eterno e incondicional, grande e poderoso, arrebatador e verdadeiro, visceral e inteligente, porque nos faz dar, acredito, o melhor de nós!

Ah, e obrigada a ti também por mos teres dado...
Amo-te muito e afinal, sem ti, eu não seria mãe deles...