GRUNHIDOS
Eu estava sentada e olhava para o ecrã, distraída. Na mesa ao meu lado, ela atendeu o telefone aos berros e fiquei, sem querer, a saber o teor de toda a conversa telefónica. De repente, ele chega. Berra com a empregada, perguntando pela torrada. Por um nanosegundo achei que pudesse estar a brincar, mas logo vi que não! Era a sério! -"que a torrada foi pedida há mais de meia hora, que era bom que se despachassem, que estava com pressa..."
A empregada, espirituosa, respondeu-lhe à letra e lá lhe levou a torrada. Grunhiu um "obrigado" e comeu, de boca aberta, fazendo barulhos inestéticos com a boca e limpando-a com as costas da mão. Ela, submissa, esperava que ele terminasse e ainda tentava encetar conversa, mas apanhava sempre com uma resposta torta e agressiva.
Não pude deixar de observar. Valha-me Deus, que grunho e que parva, ela...
Como é possível ser-se assim, tão pouco educado e simpático? Como será lá em casa? É como é possível que uma mulher se sujeite a isto?
Pelo ar dele, achava-se o herói do quintal. Cá por mim, fiquei arrepiada! Nem a carinha laroca lhe valeu, coitado!
Tanta estupidez junta... E ainda nem eram 9 da manhã!
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