segunda-feira, 24 de abril de 2017






SÍNTESE




Pois é! Não há nada como a maternidade, nada me absorverá mais, nada será mais prioritário, nada preencherá mais o meu coração, nada me dará mais gozo e matéria para escrever. Por isso, escrevo tanto sobre vocês e sobre o que significa para mim ter-vos na minha vida. E com isto vivo e desta massa se faz o bolo de vida que tenho, com todos os outros ingredientes de que não prescindo e que a tornam completa e (julgo) feliz. Como um bolo infinitamente doce, no final.
Por ter hoje o coração ocupado com assuntos vossos e ainda não ter conseguido "desocupá-lo", me lembrei do post velhinho, velhinho, Motherhood, esse mundo imenso em que entramos e de onde nunca mais saímos quando somos mães. Essa sensação vitalícia de estarmos sempre presas a alguém que de nós depende e a sensação de termos que levar felicidade e bem-estar, em packs completos de outras coisas que vêm na embalagem também e que fazem parte da vida das mães e dos filhos e dos pais e de todos.
Por isso me lembrei também da galinha gorda com asa grande onde se poderiam esconder à espera que o mundo parasse lá fora, deixasse de ser implacável e não vos importunasse, que bom seria isso assim.
Eu continuo com uma asa grande de galinha gorda. E acho que sempre assim continuarei. Esse será sempre o meu primeiro instinto, o de vos proteger, amparando-vos o golpe, protegendo ora um, ora outro, ora todos. Mas pronto, depois talvez tenha também em mim um interruptor qualquer mental, intuitivo, orgânico, não-sei-o-que-lhe-hei-de-chamar-porque-não-há-palavra-certa-para-ele que me devolve a razão e me faz não perder a lucidez. E me dá outros pontos de análise, outra lente para ver o mesmo. E assim, mais lúcida e de coração (às vezes) menos apertado, lá sigo em frente, respiro fundo e preparo-me para processar tudo, filtrando o que não interessa e centrando-me no essencial. É um exercício isto, pois é, mas o que vale é que sempre tive poder de síntese...
Que assim continue...

terça-feira, 18 de abril de 2017






ARMÁRIO ENORME...

Às vezes dou por mim a pensar que, comparativamente com outras mães que conheço, sou mais impaciente, menos tolerante, mais implacável com certas coisas. Por nano segundos, quase que me culpo... Que tenho menos paciência que muitas, sei que é verdade. Não tolero uma resposta torta, uma insolência disfarçada de chico-espertice, uma preguicite mais-que- aguda. Não tenho, sobretudo, paciência para parvoíces disparatadas da aborrescência que, se exageradas, devem ser (firmemente) corrigidas, acho eu, sob pena de me anular de dizer-te/vos aquilo que penso e sob pena de não te ensinar a valorizar aquilo que acho que é mais importante para ti. Não posso deixar que certas coisas te passem ao lado, percebes? Nunca deixarei, portanto, de te dizer o que penso, mesmo que, pela fase de armário enorme em que vais estando por estes dias, tudo o que a mãe te diz seja o mais horrível e desadequado que se possa imaginar. Não faz mal, a vida é mesmo assim e assim sempre será e já não tenho idade (nem nunca tive jeito) para imaginar pseudo-traumas. E de facto, aquela mãe de revista, sempre serena, perfumada, linda e (aparentemente) disponível eu não sou. Sou muitas vezes, como disse acima: impaciente, firme e (quase) implacável com aquilo que julgo importante e visceral para que cresças saudável. É que isto do CRESCER, tem mais que se lhe diga e não é só físico. É também, e muito mais importante, emocional e psicológico.
Por isso, continuarei, ao meu jeito, a passar-me contigo, a esfrangalhar os nervos, a gritar, a disparatar com ondas de génio bom que logo passa, mas que marca posição, a ser uma mãe da vida real, com vida, trabalho, filhos, stress e outras coisas para gerir, com vida também própria, com desassossegos e afetos e zangas e mimos, mas também com verdade, com um amor imenso por ti e pelas tuas irmãs, com um horizonte bem definido em termos de qual deve ser o meu/nosso papel, com firmeza misturada com doçura, com coerência e doses de vida real, daquela que nos dá chão e espaço próprios.
É que, sabes? Essas, as das revistas, se calhar são um bocadinho virtuais... a vida real é bem diferente e, acho eu, pode ser muito melhor, quanto mais não seja, porque é maravilhosamente (só) nossa.

LUV U!







terça-feira, 4 de abril de 2017






PITADA DE CANELA















E cá está ele, com manas ou sem elas, a pitada de canela que completa o meu doce, ou agridoce. 
Palavras certas, quando lhe chamaram isso! E como eu adoro canela...
LUV U!


P.S. Adorarei sempre escrever sobre irmãos!

segunda-feira, 3 de abril de 2017





SISTERS





Adorooooo a foto! 
Gostarei sempre da sensação que provoca em mim, esta imagem de vocês as duas juntas, da cumplicidade que sei que têm, apesar de não estarem agora juntas todos os dias. Gosto de saber que a mais nova recorre à mais velha para perguntar, partilhar, pedir opinião, embora pareça sempre muito senhora do seu nariz e não passe essa imagem. Gosto de pensar que, apesar de ter a sua vidinha, lhe sente a falta. Gosto de perceber a sensação de alguma referência que a mais velha sabe que é para a outra e então, das opiniões que dá, cheia de propriedade, mas com ar doce e sereno. Gosto de perceber que é mesmo por isso que a sua opinião faz falta. Porque cheira a segurança e equilíbrio. Gosto disso, apesar das diferenças abissais que as distinguem. Distinguir não é separar e isso será sempre muito certo. Gosto de vos imaginar sempre assim: agradavelmente diferentes, mas próximas e gratas uma à outra por se terem.
Afinal, acho que é isso que a vida dá aos irmãos quase sempre: uma sensação indiscutível de gratidão por estarem na vida uns dos outros.





P.S. Torno a dizer: temos mesmo que amarrar o Pedro e obrigá-lo, sob coação, a não fazer aquelas caras parvas para as fotos. Talvez assim tenhamos fotos atuais com ele... Miúdo levado da breca!