domingo, 15 de fevereiro de 2015




DIAS ESPECIAIS?



Foi um dia interminável, em que tive de dar atenção a muita gente e a muitos pormenores. Cheguei a casa de rastos, pensando só em algum sossego. Revi o meu dia mentalmente. Gente, solicitações, horários, pressas. Tu lá no meio, mais os miúdos. Cruzei-me contigo algures pelo dia de hoje. Olhámo-nos, conformados com alguns destes sábados loucos que ambos temos. Cheguei outra vez, 12 horas depois de ter saído, mais morta que viva, indiferente à casa que clama por mim, de desarrumada que está. Ignoro-a. Ignoro tudo o que possa agora exigir de mim mais que um ai. As miúdas estão por aí, nos seus programas de miúdas da idade que têm. O Pedro absorve-nos a atenção e consegue-nos, inteiros, mais umas horas, só para ele, que também merece. Sinto-te cansado e eu também estou, que me conheço e sei ver os sinais. Revejo o meu dia mentalmente. Gente, horários, logísticas, confusão. Vejo a miúda/mulher do café onde fui de manhã com a Bea, a receber umas flores, com um abraço que a rodeou por trás e um sorriso que fez sorrir toda a gente do balcão. Vejo-lhe o marido/namorado a sorrir também com o presente que lhe deu, com aquela cara apaixonada, que só o amor apaixonado sabe fazer. Vejo a nossa mais velha a sorrir quando lhe digo que para aquilo não há idades, são coisas que não se medem, vivem-se e pronto e fazem sempre sorrir. Vejo a nossa do meio, apressada e risonha, a rir-se com o que lhe conto deste episódio de São Valentim. Vejo o riso de uma outra amiga delas, quando me pergunta querida, se também recebi flores. Revejo mentalmente a resposta que lhe dei. Penso em ti neste dia louco e em mim e em nós. Lembro-me da vida que vamos construindo e gosto do que vejo. Lembro-me do que penso às vezes, sobre ti e sobre mim, nas profundezas do meu ser. Lembro-me que hoje, quase não me lembrei do dia que é. Lembro-me que talvez isso queira dizer que AS DATAS SÃO FEITAS POR NÓS e que podemos vivê-las como quisermos. Lembro-me que aquilo a que chamam MATURIDADE talvez me faça pensar assim. Lembro-me que esta liberdade é o melhor de tudo e com esta ideia vou ficando certa e segura...

Já estás deitado, agora. Eu ainda por aqui vou cirandando, girando por estas terapias que invento para mim, com o meu tempo, as minhas coisas, os meus timmings e os meus silêncios. Mais um pouco e cederei ao cansaço e acabarei por me deitar também. Estarás lá ao meu lado, com a cama já quente e isso é o melhor de tudo. E nesse calor silencioso, sei que vou adormecer, ou chegar-me primeiro a ti, rendida a um espaço que é só nosso e onde me sinto muito bem. E sei que no fim, antes de adormecer, vou pensar que não há dias especiais para me sentir assim...
É só isto...



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