COLO QUENTINHO DE PAI...
(hoje o meu pai faria 72 anos e foi do colo dele que me lembrei!...)
Dia chatinho, este... O calor insuportável a vir com uma força desmedida, sem me dar tempo para que me habitue a ele e o metabolismo a cair, a pique, pondo-me naquela dormência irritante que já conheço muito bem. A toque de cafés, a coisa lá foi andando até ao final do dia, a toque de tarefas inadiáveis, a genica lá foi voltando, impondo-me este fenómeno metabólico estranhíssimo, que já conheço, porque é meu e que é o de ir espevitando à medida que o dia vai terminando, enquanto deveria ser ao contrário, mas enfim!
Levei o dia a lembrar-me dele, que hoje teria feito 72 anos, mais trinta do que eu, era fácil saber-lhe sempre a idade na ponta da língua por causa desta mnemónica. De vez em quando vinha-me à ideia a sua expressão e tantas coisas de que me lembro, que me estruturaram como pessoa, que me fizeram ser o que sou hoje. Tenho tanto dele, no feitio, na maneira de ser, no sentido de justiça e educação que lhe reconhecia à distância e sempre, com uma postura no trato que tento imitar! Tenho tantas saudades dele que nem consigo explicar, ou verbalizar. É mesmo como se ficássemos com uma cicatriz incrustada na pele, metida lá dentro, misturada connosco e para a qual estamos sempre a olhar, a ver, a sentir se passarmos por lá o dedo.
As saudades que tenho do meu pai são assim, estão sempre, sempre, lá. Não magoam, porque estou pacificada, mas são tão reais que não desaparecem nunca, vão estando por ali omnipresentes.
Hoje fazias anos, papy e sabes, estás mesmo sempre comigo!
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