terça-feira, 13 de janeiro de 2015




HÁ TANTOS DIAS? 
A SÉRIO?


Eram amigos dos meus Pais e lembro-me, quando era miúda, de serem presença assídua lá em casa. Os filhos eram nossos amigos, com idades próximas das nossas e sei, hoje, que eram como alguns casais amigos que agora também temos: cúmplices, próximos e quase sempre juntos. Andavam sempre de mão dada na rua, ao contrário dos meus Pais, não se inibiam de ter manifestações de carinho também à frente de todos. Ele era de uma atenção melosa para ela e eu, menina pequena, com um quê de princesa, ficava deslumbrada. Foi por isso um choque, quando, já adolescente, soube que se iam separar. Não podia ser! Esse casal? Impossível! Perguntei à minha mãe se tinha a certeza, tal foi o espanto. Aí já com outra (alguma) maturidade, passava em revista todos os flashes de infância e alguma superficialidade vinha à tona, mesmo que ainda não soubesse explicar porquê e a solidez/verdade que sentia nos meus Pais, não sentia, de facto ali. 

Hoje, tenho 42 anos e sou romântica, quem me conhece sabe que sim. Gosto de ver filmes de amor, mas que tenham substrato, acho que o quê de princesa remoto da infância se mantém, mas com outros moldes, já adultos e bem trabalhados. Gosto de um homem que seja bonito, mas que tenha, sobretudo, um quê de eloquente, que seja inteligente, verdadeiro, íntegro e bem disposto, que se disponha a rir de si próprio, às vezes, como se soubesse que isso é uma receita boa para os dias difíceis, que goste de mim, mas que não se deslumbre com o que não vale a pena, que me conheça por dentro e por fora e que se sinta unido a mim por um sentimento que respeita e que quer preservar, no fundo, que saiba ver mais além, com aqueles olhos e sentidos que alguma sensibilidade traz. Gosto de um homem que tenha um sentido prático e descomplicado que a vida tem que ter, que me mime, mas que seja também um homem dos dias de hoje, da vida real de hoje, dos problemas de hoje, das solicitações de hoje. Um homem que viva comigo uma vida real e não virtual... 

Bem, já não será pouco tudo isto... sei que há dias em que acho que não és nada disto, porque estou zangada, aborrecida, stressada, cansada, ou outra coisa qualquer, mas a vida real tem destas coisas assim: cabemos todos, todos os dias, nos espaços que queremos criar, nós e os nossos estados de espírito.
E sabes? Mesmo que não sejas meloso como aquele de que falava no início deste post, és infinitamente melhor. É que tens uma verdade que não intuía por lá... e sim, também te amo muito, há esses dias todos!



OBRIGADA PELA MSG, ADOREI...
P.S. Quem te disse que não eras romântico?

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