segunda-feira, 10 de novembro de 2014




ACHO QUE TENHO UM...


A correria do dia-a-dia é potencial causadora de silêncios e pressas, de coisas que não se dizem logo, que ficam para mais tarde, para outra melhor oportunidade. Pois, é verdade! A logística diária é imperiosa e os horários têm que se cumprir, os afazeres têm que ser validados, os prazos atendidos. Socorro-me da intuição para lhes ir percebendo os sinais, o que dizem, como dizem, o que fazem, o que comentam. Sei-lhes de cor tanta coisa, mesmo aquelas que acham que não sei e não sei tantas outras coisas e ainda bem, porque são donos e senhores de uma privacidade que, nas suas idades, não chega logo à mãe. Ok, tudo normal... Vou registando interiormente o assunto de um e de outro e dele e dela, ou dela... E depois, às vezes, é certa e necessária a conversa, mesmo que se atropele a logística e imponhamos um momento prioritário, às vezes no carro, às vezes em casa, às vezes a ocupar uma espera qualquer...
Pois... o tal radar super, ultra sónico de algumas mães... acho que tenho um... E na diversidade maravilhosa dos três filhos que tenho, surge então a conversa, a achega, o reparo, o comentário, num equilíbrio maravilhoso e difícil entre o que a mãe acha e o que a mãe sabe que se acha do outro lado.
Nunca será fácil, encaixar a forma de dizer, fazer, ou comentar, na diversidade tão marcada de cada um, mas será sempre imperioso que EU o faça, como mãe, sob pena de me anular e nisto, não tenho contemplações!

E lembro-me da D. Isaura, que não lia uma letra, mas que me dizia com ar decidido quando falava neles, enquanto varria, ou engomava: - Oh menina, já olhou para a sua mão? Tem algum dedo igual ao outro? E não são todos seus? 
Pois é, são todos meus, é verdade, mas antes disso, serão sempre de si próprios, mesmo que aí vá um pedacinho reminiscente do que lhes demos... E é por isso, que lhes digo sempre o que penso...

E este hoje filhota, é para ti!



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