quinta-feira, 21 de abril de 2016




MUNDO AO CONTRÁRIO


Esta rebate, rebate, rebate. Riposta, discute, argumenta. Com fervor e emoção. Como se tivesse todos os poros da pele direcionados para a explosão de fúria que tem que fazer sair e então, eles dilatam e ruborescem , a voz levanta-se, o gesto inflama. Pois... conheço bem este filme. 
E no meio do gesto inflamado, a lágrima, mais de teimosia contrariada, que de tristeza legítima. E depois, quando passa, vem a calma, o sossego, como a tal ventania de verão QUE FOGE DE NÓS, de que falo às vezes. E aí, pode entrar então, o meu papel de mãe que, mesmo não tendo sido protagonista do episódio que deu origem a este post, se sente sempre co-atuante no que se passa lá em casa. E agora com calma e com os poros, a pele, o gesto e a cor tudo de volta ao devido lugar. E por isso, a mensagem entra melhor, acho eu...

-É bom ser-se genuíno, disse-lhe, quando a apanhei. -É bom estarmos conscientes das nossas razões e afirmações e defendermo-las até ao fim, mas é importante também saber calar, aquietar a fúria, resguardarmo-nos do temporal dos sentidos, escolher o melhor momento, que será um pouquinho mais sábio e ponderado. Saber escolher o momento para afirmarmos a nossa razão. Ver-se-á muito aqui da nossa capacidade de inteligência emocional e esta, acredito cada vez, mais ser um dado essencial nos dias de hoje e um salvo-conduto para as relações que estabelecemos.
Sei que concordas e que guardas isto contigo. És uma miúda inteligente.
O que não te posso dizer (embora ache que tu também já sabes...) é que eu sou igualzinha a ti e que esta verdade que te transmito, norteia-me sempre, mas não impede que o génio expluda muitas vezes, sobrepondo-se à razão.
Pois... genes... Acho que eles explicarão isto. Que nos fique, no entanto, o ensinamento. Este, não tem prazo de validade, não achas?



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