INTELIGÊNCIA EMOCIONAL, PRECISA-SE...
"É uma turma muito competitiva, estão sempre a comparar-se entre si, preocupam-se em demasia com as avaliações dos outros, às vezes até mais do que consigo próprios, têm níveis de execução das coisas muito bons e apurados, são exemplares quando têm que fazer, na hora, mas às vezes, as competências relacionais deixam muito a desejar, não sabem estar, não apuram a sensibilidade, não imaginam o que é ser assertivo, são indiferentes ao sentir, ao estar dos outros, não sabem gerir as frustrações, ficam à toa..."
Pois é!! Estas reuniões com colegas, de outros ciclos, têm em mim um efeito reflexivo e, tendo três filhos, revejo-me tanto, tanto nestas frases!
Esta ideia, transmitida por uma professora acerca de uma turma é dos problemas mais frequentes com que nos deparamos hoje em dia nas escolas e, se nos descuidamos, nas nossas casas também. Os miúdos são cada vez mais estimulados, têm acesso a quase todos os tipos de informação, na hora, à distância de um simples click, a maioria tem experiências de vida muito variadas, que lhes dão, de bandeja, formas novas e arrojadas de processarem a informação, vivem rodeados de tudo o que lhes ofusca os sentidos, anestesiando-os e não lhes dando tempo para sentirem ou não sentirem, a falta de nada e assim vão crescendo, muitas vezes sozinhos emocionalmente e transformam-se em adultos academicamente suprassumos, mas emocionalmente, quase analfabetos! Julgo não exagerar quando digo que TODOS conhecemos alguém e alguém e mais alguém assim!
De facto, não serei uma mãe perfeita, não farei parte de um casal perfeito, nem sei se os há, não serei membro de uma família nuclear perfeita. E atrevo-me a dizer, ainda bem... assim, talvez continue a ter sempre, uma grande margem de progressão e talvez continue gostar de viver com as nossas "perfeitas imperfeições", como diz o John Legend na canção; mas, de forma perfeita ou imperfeita, assumo que para mim, se tivesse que escolher, seria sempre mais importante esta inteligência emocional, que não se vê, nem aparece nas pautas, que prepara e fortalece para a vida, de forma discreta e silenciosa, do que a outra, académica, curricular, que aparece, mas que, coitada, sózinha nunca valerá de muito!
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