sábado, 11 de janeiro de 2014

 INTELIGÊNCIA EMOCIONAL, PRECISA-SE...


"É uma turma muito competitiva, estão sempre a comparar-se entre si, preocupam-se em demasia com as avaliações dos outros, às vezes até mais do que consigo próprios, têm níveis de execução das coisas muito bons e apurados, são exemplares quando têm que fazer, na hora, mas às vezes, as competências relacionais deixam muito a desejar, não sabem estar, não apuram a sensibilidade, não imaginam o que é ser assertivo, são indiferentes ao sentir, ao estar dos outros, não sabem gerir as frustrações, ficam à toa..."
Pois é!! Estas reuniões com colegas, de outros ciclos, têm em mim um efeito reflexivo e, tendo três filhos, revejo-me tanto, tanto nestas frases!
Esta ideia, transmitida por uma professora acerca de uma turma é dos problemas mais frequentes com que nos deparamos hoje em dia nas escolas e, se nos descuidamos, nas nossas casas também. Os miúdos são cada vez mais estimulados, têm acesso a quase todos os tipos de informação, na hora, à distância de um simples click, a maioria tem experiências de vida muito variadas, que lhes dão, de bandeja, formas novas e arrojadas de processarem a informação, vivem rodeados de tudo o que lhes ofusca os sentidos, anestesiando-os e não lhes dando tempo para sentirem ou não sentirem, a falta de nada e assim vão crescendo, muitas vezes sozinhos emocionalmente e transformam-se em adultos academicamente suprassumos, mas emocionalmente, quase analfabetos! Julgo não exagerar quando digo que TODOS conhecemos alguém e alguém e mais alguém assim!

Não serei uma mãe perfeita... aliás, no outro dia li algures uma frase de alguém que já não sei dizer quem, que dizia que as mães são todas imperfeitas e ainda bem e identifiquei-me muito. É que a imperfeição pode ter a grandessíssima vantagem de nos fazer querer ser melhor, avançar, seguir em frente, rever, analisar, ver em perspetiva
De facto, não serei uma mãe perfeita, não farei parte de um casal perfeito, nem sei se os há, não serei membro de uma família nuclear perfeita. E atrevo-me a dizer, ainda bem... assim, talvez continue a ter sempre, uma grande margem de progressão e talvez continue gostar de viver com as nossas "perfeitas imperfeições", como diz o John Legend na canção; mas, de forma perfeita ou imperfeita, assumo que para mim, se tivesse que escolher, seria sempre mais importante esta inteligência emocional, que não se vê, nem aparece nas pautas, que prepara e fortalece para a vida, de forma discreta e silenciosa, do que a outra, académica, curricular, que aparece, mas que, coitada, sózinha nunca valerá de muito!


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