sábado, 3 de agosto de 2013





Hemisfério direito... OBRIGADA!!!





Enquanto adolescente e jovem, a ideia que fui construindo de ARTES, era uma ideia que passava por ESCULTURAS, PINTURAS, DESENHOS... 
Era uma ideia infantil, claro está, pouco consistente e sem a maturidade e largueza próprias que a idade adulta deve trazer. Admito que aí, nessa área, a nossa escola estava (e ainda vai estando), mal preparada, já que a educação para as artes se resumia às aulas de Educação Visual e de Trabalhos Manuais, como se chamava na altura. Tudo o mais que estivesse relacionado com esse assunto passava pela predisposição maior, ou menor da família, ou da envolvência de cada um para cultivar esta área, indo a exposições, apostando no cinema, na leitura, no canto, na música, priorizando esta vertente como pilar importante na educação dos filhos. 
Penso que tive a minha dose equilibrada disto tudo. Sem ser oriunda de um meio familiar que fosse exageradamente adepto desta área, beneficiei do privilégio de ter tido uma educação transversal, aberta a todas as formas de conhecimento, em que esta área artística tinha o seu lugar q.b, assumindo-se como um decalque que ficou para a maioridade, tornando-me numa pessoa sensível às variadas formas de arte que existem e então, sem ser expert, sou sensível à música, à fotografia, ao cinema, à pintura... Dizem que os canhotos têm o hemisfério cerebral direito mais operacional/desenvolvido e é nele que está o epicentro da sensibilidade para as cores, para o canto e música, para a expressão artística, para a criatividade, para o sentimento e emoções... Pois e sou canhota, sim senhor e agora? Talvez isso me tenha predisposto tanto para estas outras formas de linguagem... 

E hoje, ao fim da noite, depois de um jantar maravilhoso de família e amigos, onde se bebeu café ao luar, com o barulho da estrada lá muito ao fundo, sem atrapalhar, com um tal amigo de que já falei aqui neste blog (http://agridoceedoce.blogspot.pt/2013/01/pedacinho-de-ceu-hoje-o-dia-seguiu-numa.html), que é uma pessoa que tem o condão de me encantar, precisamente porque tem outras formas de linguagem que tanto prezo e que as impregna de determinação, segurança e doçura, falou-se no poder que a arquitetura tem de falar, referindo-se, a propósito disto que os espaços, os símbolos, os lugares também falam connosco, gritando-nos mensagens que devem ser ouvidas, mesmo sem vozes humanas!
Deduzo que só alguém com uma grande inteligência emocional poderá dizer isto, que considero absolutamente verdadeiro. E assim se explicará o efeito que os espaços têm em nós, deixando-nos mais ou menos soltos, livres, oprimidos, ou sufocados...
Será que sou um bocadinho artista também por ter sido tão sensível a isto e por ter logo, no momento, feito uma lista mental e ultra rápida de espaços assim, onde me sinto mais ou menos bem e de lembrar em cada um deles essa linguagem dos símbolos, da arquitetura? Talvez, quem sabe, o meu hemisfério direito me essa porçãozinha de arte e eu... agradeço, porque, como dizia Anatole France,  o artista deve gostar da vida e mostrar-nos que ela é bonita.... 

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