segunda-feira, 24 de junho de 2013







GRÁFICOS DE BARRAS


Gosto muito do blog dela. Aliás, gosto muito dela, tenho alguns dos seus livros e sempre me atraiu a sua forma de falar, expressar-se, expor as suas ideias. É uma mulher interessante, inteligente, culta, com presença. É mais velha do que eu e acho-a independente, desempoeirada, com ideias bem formadas sobre as coisas, muito bem resolvida, parece-me, com uma gargalhada fácil e poderosa... sempre achei que as pessoas que têm gargalhadas assim, são seguras, determinadas... isto há coisas!! Do que nos lembramos, sem fundamento científico nenhum!!! Bem, então há pouco tempo, mais ou menos quando comecei a frequentar aqui a blogosfera,  comecei a ser seguidora de um dos seus blogs. (http://hsacaduracabral.blogspot.pt)/ Tem posts regulares, assíduos, não muito longos, mas sempre com mensagens interessantes, tiros certeiros em verdades das quais às vezes não nos apercebemos! E foi assim num dos seus últimos posts... Falava de "homem da nossa vida" e "amor da nossa vida", defendendo que há uma diferença entre ambos, da qual nem sempre nos apercebemos!


E é assim... este post faz espelho em tantas pessoas, em tantas relações que conhecemos  em tantas que podemos nomear! Estou a ver caras de pessoas que "cabiam" nestas linhas, como se pudéssemos traçar um gráfico que em vez de barras, tivesse o retrato delas próprias e das suas relações. 
A cara dela não me vinha ao pensamento, nem a vinda dela a minha casa estaria nas minhas previsões mais próximas. Simpatizámos sempre uma com a outra e havia da parte dela uma afinidade para comigo, que eu reconhecia e que me agradava, mas não somos chegadas. A vida das pessoas flui assim também, em simpatias e empatias que não se conseguem explicar. E ela veio cá a casa e falou sobre o "homem da sua vida" que, afinal, parece-lhe agora, não é o "amor da sua vida". Reconhece com uma espontaneidade quase infantil que se foram esquecendo um do outro e que se foram deixando de ver no meio de dias-a-dias ferozes que não param nem para descansar. Ela deixava de dizer o que era importante, aquilo que lhe era essencial e ele, julgando-a bem, não sentia a necessidade de mudar para agradar, para conceder... A maternidade foi colmatando essa brecha que abria devagarinho e a projecção dela foi feita, completamente aí... e o casal, foi ficando para trás até se sentir que o caminho não tinha volta e que olhavam um para o outro e já não se viam. Reconhecem, ambos, virtudes em cada um; reconhecem, ambos, culpas em cada um e reconhecem ambos que deixaram, por agora, de ser o amor um do outro. Que pena, que pena! Formavam um casal tão lindo... são os dois giríssimos, modernos, novos, simpáticos... mas depois, centro-me no sorriso dela e vi que cresceu, que fala nisto com uma naturalidade que processou e já metabolizou e que quer seguramente dizer que têm, ambos, uma capacidade de análise boa e vital, que está bem, tranquila, resolvida... talvez isto tenha volta, penso eu... estas coisas às vezes não são uma linha reta... talvez, talvez, mas no fim disto tudo, ainda eu andava às voltas com tudo o que me tinha vindo contar aqui a casa, com a leveza da sua expressão, com o inesperado da questão, quando vejo o post que refiro acima e pensei, BINGO, lá está, neste gráfico de barras, caberiam estas duas carinhas!

P.S. E às vezes, só às vezes, acontece como por magia, o "homem da nossa vida" ser também o "nosso grande amor"... é quando assim é... o que dizer?




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