SE EU FOSSE UM REI
O voltar à deliciosa rotina, como dizia no meu último post, é muito bom, mas de facto, nem sempre é linear o tempo que se leva a fazer isso, como se o voltar aos dias de todos os dias fosse um metabolismo, mais ou menos lento, que nos vai encaixando na tal normalidade de que falava. Então, isso fez com que tenha andado um pouco arredada aqui da blogosfera, não porque não tenha "assunto para escrever", como diz a canção, mas porque tenho sentido necessidade de "processar" toda a informação, de todos os dias, dos assuntos que surgem daqui e dali, sobre os quais quero escrever. Depois, a rotina situa-nos outra vez e as "compulsões" (mais ou menos assumidas), como é a escrita, vão ressurgindo!
Poderia começar pelo último livro que li e que foi oferecido neste Natal à minha filha mais velha, pela avó materna, que teimosamente e às vezes contra ventos e marés lhes continua a oferecer livros e mais livros (ainda bem avó, ainda bem...). Uma noite, depois do beijinho de boa-noite que ainda regateam, apesar da "embirrenta" adolescência (ou "aborrescência", como dizia um amigo...), olhei de soslaio para o livro e comecei a folheá-lo... bem, foi de uma assentada e ainda estou "falando" com ele... Substituíu outras rotinas que tenho ao serão e, até tarde, acompanhando a respiração pausada do meu mais que tudo, deitado a meu lado, "devorei-o"!!! É o relato, contado pela própria autora (Liliana Segre), da sobrevivência atroz em Auschwitz, sítio para onde foi aos treze anos e onde ficou até à libertação pelas forças aliadas. Hei-de fazer um post sobre o efeito que o livro (minúsculo, pequenino, que se lê de uma assentada) teve em mim, talvez pelo interesse que tenho (como já referi em posts anteriores) pelo tema, mas sobretudo pela forma como a autora "processou toda a vivência que teve e como "saíu das cinzas" depois disso: o tempo que levou a fazê-lo, os suportes emocionais que hoje reconhece terem-lhe dado forças e discernimento para tal, a forma como passa aos outros essa mensagem! Fica prometida uma reflexão sobre este GRANDE pequeno livrinho e também a sua referência bibliográfica, já que não o tenho agora aqui e não me lembro de cor de todos os dados!!!!
Poderia falar também da noção cada vez mais clara que vou tendo sobre a relação de alguns Pais com a escola e que, infelizmente, constato que vem sendo, lentamente, da maioria... uma relação quase sempre ausente, muito irregular, mas de extrema exigência; não uma exigência suportada num contacto regular, profícuo e de pares, mas uma relação quase unilateral em que se exige, exige, exige, muitas vezes sem conhecer, sem saber os contextos, as dificuldades, o mérito noutras coisas... isto vê-se em reuniões onde participo como mãe, sobretudo nessas e fico triste, muito triste! Penso que a capacidade de ainda sentir alguma tristeza será sinal que ainda não sou, ou estou indiferente, tento pensar assim...
Mas pronto, não vou falar em nada disto! Hoje, assim de repente, apetece-me falar de uma atividade que fiz com o meu grupo e que é mais, ou menos comum em Jardim-de-Infância. A propósito do Dia de Reis, da exploração das tradições inerentes a esta festividade, das "consequências, ou "efeitos" nas nossas vidas enalteci hoje a imaginação, a criatividade, o jogo simbólico, como elementos potenciadores de fantasias, cenários inventados, mas onde está, sempre, um bocadinho de nós!!! "Se eu fosse um Rei (ou Raínha)? O que faria?
A par de todo o cenário estratégico que envolveu esta atividade e que seria extensivo expôr aqui e a par do jogo dramático que sempre acompanha este tipo de atividade e que nos ajuda tanto a sair da nossa "zona de conforto", foi uma chamada urgente ao IMAGINÁRIO, ao FAZ-DE-CONTA, ao SE... Aflige-me que para muitos meninos e meninas, esse jogo já vá sendo difícil, dificultando-lhes esta viagem à imaginação, levando-os a um mundo imaginário onde, às vezes, é tão bom ir, mesmo que seja aos bocadinhos de cada vez...
"SE EU FOSSE UM REI, mandava que todos pudessem, de vez em quando, imaginar outros mundos, outras cores, outros rostos... ou então, mandava que tudo ficasse como está, ao bel-prazer de cada um, porque SE EU FOSSE UM REI, ia ser um REI bom, com uma coroa brilhante e um castelo de sonhos!
Poderia começar pelo último livro que li e que foi oferecido neste Natal à minha filha mais velha, pela avó materna, que teimosamente e às vezes contra ventos e marés lhes continua a oferecer livros e mais livros (ainda bem avó, ainda bem...). Uma noite, depois do beijinho de boa-noite que ainda regateam, apesar da "embirrenta" adolescência (ou "aborrescência", como dizia um amigo...), olhei de soslaio para o livro e comecei a folheá-lo... bem, foi de uma assentada e ainda estou "falando" com ele... Substituíu outras rotinas que tenho ao serão e, até tarde, acompanhando a respiração pausada do meu mais que tudo, deitado a meu lado, "devorei-o"!!! É o relato, contado pela própria autora (Liliana Segre), da sobrevivência atroz em Auschwitz, sítio para onde foi aos treze anos e onde ficou até à libertação pelas forças aliadas. Hei-de fazer um post sobre o efeito que o livro (minúsculo, pequenino, que se lê de uma assentada) teve em mim, talvez pelo interesse que tenho (como já referi em posts anteriores) pelo tema, mas sobretudo pela forma como a autora "processou toda a vivência que teve e como "saíu das cinzas" depois disso: o tempo que levou a fazê-lo, os suportes emocionais que hoje reconhece terem-lhe dado forças e discernimento para tal, a forma como passa aos outros essa mensagem! Fica prometida uma reflexão sobre este GRANDE pequeno livrinho e também a sua referência bibliográfica, já que não o tenho agora aqui e não me lembro de cor de todos os dados!!!!
Poderia falar também da noção cada vez mais clara que vou tendo sobre a relação de alguns Pais com a escola e que, infelizmente, constato que vem sendo, lentamente, da maioria... uma relação quase sempre ausente, muito irregular, mas de extrema exigência; não uma exigência suportada num contacto regular, profícuo e de pares, mas uma relação quase unilateral em que se exige, exige, exige, muitas vezes sem conhecer, sem saber os contextos, as dificuldades, o mérito noutras coisas... isto vê-se em reuniões onde participo como mãe, sobretudo nessas e fico triste, muito triste! Penso que a capacidade de ainda sentir alguma tristeza será sinal que ainda não sou, ou estou indiferente, tento pensar assim...
Mas pronto, não vou falar em nada disto! Hoje, assim de repente, apetece-me falar de uma atividade que fiz com o meu grupo e que é mais, ou menos comum em Jardim-de-Infância. A propósito do Dia de Reis, da exploração das tradições inerentes a esta festividade, das "consequências, ou "efeitos" nas nossas vidas enalteci hoje a imaginação, a criatividade, o jogo simbólico, como elementos potenciadores de fantasias, cenários inventados, mas onde está, sempre, um bocadinho de nós!!! "Se eu fosse um Rei (ou Raínha)? O que faria?
A par de todo o cenário estratégico que envolveu esta atividade e que seria extensivo expôr aqui e a par do jogo dramático que sempre acompanha este tipo de atividade e que nos ajuda tanto a sair da nossa "zona de conforto", foi uma chamada urgente ao IMAGINÁRIO, ao FAZ-DE-CONTA, ao SE... Aflige-me que para muitos meninos e meninas, esse jogo já vá sendo difícil, dificultando-lhes esta viagem à imaginação, levando-os a um mundo imaginário onde, às vezes, é tão bom ir, mesmo que seja aos bocadinhos de cada vez...
"SE EU FOSSE UM REI, mandava que todos pudessem, de vez em quando, imaginar outros mundos, outras cores, outros rostos... ou então, mandava que tudo ficasse como está, ao bel-prazer de cada um, porque SE EU FOSSE UM REI, ia ser um REI bom, com uma coroa brilhante e um castelo de sonhos!
Se eu fosse uma rainha...tinha uma vida muito aborrecida :)))!
ResponderEliminarEstou mortinha para saber que livro é esse. Já me passaste o bichinho da vontade de o ler, pois eu também adoro esse tema, seja em livro ou filme.
ResponderEliminarSe eu fosse rainha, garanto-te que tinha muitos filhos. Seria esse o meu maior desejo.
beijinhos grandes
...se eu fosse rainha...hum...talvez quisesse ser como a nobre rainha isabel de portugal...áh sim queria ser como ela!!!
ResponderEliminarse gostaste do livro - que espero a minha neta mais velha o leia, até que medisse que podia servir para um trabalho,em História, se não me engano - então vais gostar, seguramente, do outro sobre a vida da Etty que viveu o memso drama mas essa pereceu, contudo deixou um diário que é um espanto. Lê também. Bjs