terça-feira, 1 de dezembro de 2015




E PORQUE JÁ É DEZEMBRO...




Sim, sei que é um cliché e sim, sei que nesta quadra aparecem milhentas coisas destas: canções novas, vídeos novos, spots publicitários que apelam ao melhor de nós, anúncios que nos lembram tudo o que devemos ser e tudo o que não fomos (somos) ao longo do ano. E tudo isto acompanhado com músicas apropriadas e que puxam ao sentimento, àquele tantas vezes esquecido nos outros dias todos do ano. 
Eu sei.. é verdade, isto. Mas este vídeo, para além de entrar nesse contexto todo, trata também de uma realidade nua e crua da nossa sociedade ocidental: a velhice e a solidão, juntas, juntinhas, ligadas com um nó invisível e pesado que pode tornar a primeira deprimente e a segunda inevitável.
Ora eu não quero considerar a primeira deprimente, nem a segunda inevitável. Quero continuar a ter uma ternura enorme pelos velhinhos, mesclada com sensações de reverência e respeito pelo peso dos anos que carregam e pelas experiências que podem contar e tornar-me melhor. Quero sonhar que terão o estatuto de anciãos, sábios e chefes, como nas tribos e cultura africanas. Quero continuar a achar que nos vão encher a vida de afetos, como eu dizia aqui e não a ser fardos pesados de uma sociedade que não sabe o que lhes há-de-fazer. Quero dizer aos meus filhos que os avós (e todos os mais velhos, por analogia) merecem o seu respeito e consideração e que devem priorizar nas suas vidas preenchidas os momentos para estarem com eles, como se isso fosse uma verdade inabalável. E também não quero considerar a segunda inevitável e (quase) resultado linear e inexorável da primeira.
Gosto de imaginar vidas de filhos assim, adultos, vibrantes, preenchidos, ocupados, mas cheios do mais importante também: respeito, ternura e, sobretudo, prioridade por quem lhes antecedeu e a quem, provavelmente, devem tanto e tanto.
Só assim fará sentido isto tudo... o brilho, as cores e tudo o que anda agora à nossa volta... e nos intoxica um bocadinho, acho...


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