PALMADINHA?
(tenha ela a forma que tiver...)
Eu esperava por vez no multibanco. À minha frente, ela ia fazendo a operação enquanto falava ao telemóvel. Espantada, no final, verifica o talão e começa a insurgir-se contra ela, a mãe, que assim, que assado, que não lhe pôs dinheiro na conta, que agora vai ver o que lhe vou dizer, que agora é ela que paga, quero lá saber, que sim, é uma parva, o que é que ela pensa, que ando aqui a dormir?, que é sempre a mesma coisa, que 'tou farta disto, que é mesmo estúpida, caraças, tou farta mesmo!
Estava mesmo irritada e falava da mãe, sim, que repetia-o à pessoa do outro lado da linha, disso não havia dúvidas. Sei que já estava eu na minha vez e ainda a ouvia, ali mais ao lado e o tom de desdém mantinha-se. Pobre mãe, tive pena dela!
Conheço a miúda daqui e dali. É da idade da minha filha mais velha. Anda na mesma escola e frequenta, provavelmente, os mesmos sítios de miúda normal. Fogo, foi um choque para mim aqueles modos e a forma como falava da mãe. Acho que nada justifica aquilo. Foi inegável para mim que uma miúda de 17 anos que fala assim da mãe, com aquela ligeireza desagradável e com aqueles modos, foi menina que poucas vezes deve ter sido repreendida e que deve ter vivido sempre com o síndrome princesa-que-tudo-pode-e-tudo-faz-porque-tem-sempre-alguém-que-faz-por-ela-e-que-lhe-apara-os-golpes-todos-de-menina-mimada. Calculo que com a mãe, ao vivo, também fale assim, de certeza, tal foi a ligeireza.
Pois...
Tenho 3 filhos... pois é! Não sei o que a vida me reserva... pois não... mas sei que nunca lhes admiti que me falassem num tom menos próprio e choca-me, com esta idade que já tenho, ouvir miúdas e miúdos da idade dos meus a referirem-se aos Pais com aquele desdém...
É que, digam o que disserem a palmada no rabo na hora certa, ou o firmar de autoridade materna/paterna nunca fez mal a ninguém e dá créditos para o futuro, acho eu...
Tenho dito!
E pronto, como eles são parte do meu futuro... aqui ficam!
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