SUNNY SUNDAY...
Preguicei de manhã. Não há nada a fazer, gosto de ficar na ronha e pronto. Ontem, o filme tardio num dos canais por cabo, levou-me tarde para a cama. Era giríssimo. O sol algarvio, invernoso (quase), mas algarvio, porque maravilhoso e cheio de brilho, acordou hoje connosco e, bem não me comoveu! Lá foram o pai e o filho para uma saída longa de bicicleta. -Marcamos encontro mais o fim da manhã, ok, CÉUS, ISTO É DE MADRUGADA AINDA... HOJE NÃO É DOMINGO???
Esta ronha que, coitada, já só vai existindo ao domingo, assumiu-se hoje como SENHORA DONA, como se à custa de anos seguidos de filhos seguidos e rotinas madrugadoras impostas pela vida, estivesse agora a gozar de alguns louros que acha que tem direito. E eu acedo-lhe, que sou mocinha generosa!
Lá fui depois. O brilho do sol ainda durava, para amaciar a alma. Esta doce letargia de domingo invadia-nos e era tão bom. Depois, a rotina de todos os dias, que sim, já sei que não desgruda: almoço, cozinha, blá, blá, blá, num NECESSÁRIO irritante e impiedoso. Depois, bem, depois outra vez tempo para mim, ainda que um bocadinho só. E vão sendo assim os dias, com esta miscelânea de tempos e de espaços em que cabemos todos, à vez, ou ao mesmo tempo.
Agora estou cá fora, ao sol. Só se porá daqui a uma hora, mais ou menos. Oiço lá dentro o sermão do Padre António Vieira, explicado a uma assembleia imaginária e aqui mesmo ao lado, as leis de Newton. -Bolas, estas miúdas são mesmo como eu, que gostava de estudar assim, falando para o vazio, a diferença é que era só eu, a sinfonia era mais soft, então... Daqui a pouco chegam os meus dois homens, sei que vai haver um chá de final de tarde, um café, um crepe, ou qualquer outra coisa que nos aconchegue também a alma... para já, tenho batatas doces no forno e já o cheiro está por todo o lado...
E pronto, assim se vão enchendo almas com tão pouco. Não é difícil, a sério...
P.S. E amanhã é feriado... haverá melhor?
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