quarta-feira, 11 de dezembro de 2013




CADEIRÃO VERDE, EU e meia hora DELICIOSA!!!


Estava um frio de rachar, embora fosse ainda cedo e ri-me com ele, dizendo-lhe o que a minha avó Lurdes me dizia: "ande o frio por onde andar, no Natal cá vem parar!"... Achou graça e já não sei como, entre um leva-e-trás-qualquer de uma das irmãs aqui e ali, ficámos os dois sozinhos em casa, por momentos, a "saborear" uma grandessíssima constipação, acompanhada de dores de cabeça, nariz entupido, corpo mole, pasmaceira e cansaço geral, muito geral. " - Hoje não há treinos, Pedro, futebois e afins, tomas já um banho quente, vestes o pijama, deitas-te aqui no sofá, tapas-te, ficamos aqui os dois este bocadinho até eu ir buscar a mana e faço-te um chá de limão quentinho com mel, boa? Vais ver que melhoras e eu também". Acedeu rapidamente, com uma prontidão que demonstrava bem o modo gripal, em que estava. Fiz rapidamente o prometido, e bebi também o chá, muito quente, com muito limão e muito mel. Enroscámo-nos os dois, cada um em seu canto, ele no sofá e eu no cadeirão verde, pele de pêssego, mas não da cor do pêssego, cor do mar em maré cheia, em dias de sol, numa praia qualquer (lembrança que torna qualquer dia de inverno mais bonito!). O bendito cadeirão tem um encosto para os pés e outro para a cabeça. Se empurrarmos para trás, os pés levantam e ficamos em modo cama; tem um comando do lado direito com uma variedade grande de massagens: zona lombar, cervical, dorsal, pernas, pés, pescoço. Não me atrevi a acioná-lo. Achei que era cedo para estados de graça assim, como os da noite descansada, afinal, o sol ainda não tinha baixado, não há necessidade de forçar a sorte, mas fiquei ali, um bocado grande, enquanto ele também dormitava ao meu lado, no sofá, descansado. Já nem me lembro desde quando tenho este cadeirão! É incrível como temos as coisas, passamos por elas e não as vemos, não lhes ligamos importância, até um feliz acaso nos juntar, num pedacinho de vida qualquer. Atrevi-me a levantar-me ainda para ir buscar os phones do Ipad, naveguei um bocadinho na Net e descobri-a (http://www.youtube.com/watch?v=-onQcF95pfs ) por acaso (não a conhecia...), inseparável com o seu violino. Foram 30 minutos, não mais! O dia continuava a correr ali ao lado, implacável com as suas logísticas para gerir e os seus horários para cumprir e acertar e conciliar, mas fui ao céu e voltei, se é que isso é possível em 30 minutos, uma mísera meia hora!
De repente apercebi-me que quase nunca me sento, ou deito neste cadeirão, mesmo à noite e que se contam pelos dedos de uma mão as vezes que uso os phones e que oiço música assim, sem mais nada e só porque me apetece. Ainda bem que apanhei esta boleia, deste estado gripal. De vez em quando, enquanto duravam esses 30 minutos, via-o a olhar para mim sorridente. Devia estar a achar um piadão à mãe estar assim enlevada, a "curtir", como me dizia...  - Pois é filho, pensei, se calhar tens razão... às vezes acho que sou mesmo parva por estar tão preocupada com tudo o mais e o resto que existe à nossa volta, e por deixar este cadeirão maravilhoso só para vocês!!
E, implacável como o resto do mundo, lá tocou o telefone e lá tive que sair outra vez, mas agora já não me importei, porque eu e o cadeirão VERDE, descobrimo-nos mutuamente e isso agora será para sempre, prometo!




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