MOMENTOS DE CADA TEMPO
O passar do tempo, tão rápido, diz-me, de repente, que o janeiro já lá vai. Sei também que o fevereiro passará rápido, a uma velocidade imperiosa que pouco poderei controlar. E sem dar por isso, estarei na Primavera, assim num ai repentino.
Esta marcha célere do tempo traz-me à lembrança uma série de assuntos pendentes que se desenrolarão por estes dias e meses. Nunca fui muito de pensar nas coisas com grande antecipação. Acho que o meu espírito prático faz-me encarar os futuros próximos da vida sempre com algum pragmatismo, do tem-que-ser-e-agora? E isso facilita-me a vida. Faz-me (um pouquinho mais) descontraída.
Mas confesso que às vezes, o que me apetecia mesmo era congelar-me nalguns momentos, dias e situações que vivi e onde estive despreocupada, liberta, solta destes assuntos que, à data, ainda estavam longe e muito distantes. O gelo conservá-los-ia sempre numa aura de leveza e descontração e eu voltaria eles sempre que me apetecesse, entrando no bloco hermético de gelo que os rodeia e vivendo-os outra vez. Despreocupada, solta e liberta.
Mas não se vivem as mesmas coisas duas vezes e acho que o segredo será o deixar esses momentos, transformados em memórias, sossegadinhos onde estão. A apetrechar a lembrança com retalhos maravilhosos que compõem a vida de cada um. A dar-nos história e recordações.
E depois viver a vida, com os momentos de cada tempo a falarem por si. E se os momentos de agora têm preocupações mais-ou-menos pendentes, pois que seja. Cá estaremos para elas.
Afinal, a vida é composta disto, acho eu.
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