sexta-feira, 27 de maio de 2016





FOCO



Às vezes penso se o que sinto por ti se reflete no dia-a-dia louco que tenho, na maneira que uso para falar contigo, nas coisas que te digo e nas que te quero dizer, no cansaço que tantas vezes impera. Às vezes questiono se rego o suficiente este amor, se sou extremosa como deveria, ao invés de tantas vezes insuportável. Às vezes questiono se o que sinto passará, pelos póros, para os miúdos, assim como um ar que se respira pela casa e que os fará ter-nos como referência para ideias e vidas que possam construir no futuro. Às vezes pondero se com tanta coisa que temos não poderemos perder o foco um do outro, afastando-nos e levando-nos para áreas comuns, mas habitadas só por um de nós. Às vezes penso que, como normais que somos, se não estaremos sujeitos a tudo isto que se chama desgaste e que este, pode tirar, sem sequer nos apercebermos a cor, o cheiro, o toque, o olhar, o tom, aquilo que é ÚNICO num e noutro e nos cativou. Às vezes penso que estas coisas e riscos são verdade também para ti e que também os deves sentir.
Às vezes penso em tudo isto, como se isto fosse um risco fatal que passa ali ao lado, um risco que marca o limite de um precipício e que fácil seria um pé em falso, um desvio, um entorpecer, para se, para lá dele, resvalar.
Seria fácil, decerto, mas não provável. Pela força da história que temos, pelos alicerces que construímos, pelo foco que não perdemos, pela cor, pelo cheiro, pelo toque, olhar e tom que ainda achamos únicos, no fundo, por ainda não nos termos perdido um do outro. 
Sim, continuas lá e acho que esse é o segredo. 
E para já, vai bastando, mesmo nos dias loucos de cada um.

LUV U.

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