segunda-feira, 14 de maio de 2018







A ARTE EM NÓS?



O último álbum da Carolina Deslandes é assim uma coisa linda de morrer. Chama-se CASA e realmente, parece que estamos dentro da casa dela. É intimista, calminho, melódico até mais não, com verdadeiros poemas cantados, com aquelas letras dos poemas que nos trazem a todos, tantos pontos comuns, como se estivéssemos lá descritos um pedacinho em cada linha. Aliás, as letras dela são todas giras e a voz e o tom e as melodias. 
Adoro as 15 canções, mas a BENJAMIM, NUVEM e MARIA DO VENTO, são as minhas preferidas.
O melhor é mesmo ouvir-se. E fazerem com eu fiz hoje. Pu-la a correr no Spotify, enquanto lá adiantei algumas coisas das pendentes chatas que tenho sempre para fazer no computador. Ou teria servido também enquanto me estendesse no sofá, por minutos, a anestesiar-me do dia. Suaviza. A sério. Ao som da voz dela, que é assim, um pingo de mel. 
Fica a dica...



P.s E sim, a arte em nós pode ter um efeito tão bom!

sábado, 5 de maio de 2018







BOLHA DE FUMO

Sentei-me à sombra para beber um café. Passava os olhos pelo jornal e vi-os: um grupo grande, uma família com pai, mãe, avó e outros. Falavam alto, via-se que tinham chegado há pouco e percebi que iam almoçar ali perto. A jovem estava trajada com o traje académico da Universidade e levava no braço a pasta com as dezenas de fitas que balançavam ao vento enquanto andava. Era a mais alegre do grupo. Era gira, a miúda. Ah sim, hoje é a benção das pastas dos finalistas, já percebi o enquadramento da coisa, pensei. A família veio toda para o evento. À medida que se iam aproximando da mesa onde estava, percebi que tinham marcado almoço num restaurante ali perto. E o encantamento da miúda esfumou-se no ar, como uma bolha de fumo que, afinal, é tão ôca que faz puff. A avó, uma velhinha deliciosa, andava devagar e era trazida, de braço dado, por alguém, talvez filha, ou nora, ou outra neta, não sei... andava devagar e já dobrada. Olhava para a neta trajada e sorria, com aqueles sorrisos simples e cheios, com olhos e boca, orgulhosa do feito que adivinhava à menina. Pediram à neta que abrandasse o passo, a tua avó não consegue acompanhar-nos assim, tem lá calma, disseram-lhe... Ela que ande! Não trouxe sapatilhas? Só tem mais é que se apressar...
E o puff da bolha de fumo a desaparecer no ar soou-me cá dentro de forma ruidosa. Se calhar esta miúda, já mulher, nunca foi repreendida nas vezes em que, de certeza, já respondeu assim à avó. Se calhar até lhe achavam piada, ou um sinal de resposta pronta e espirito independente. Ou se calhar isto até foi só uma tirada infeliz que a mim desagradou. Não sei... mas de repente, miúda, ficaste sem piadinha nenhuma e esfumaste-te no ar como uma bolha de fumo.
E sabes? apeteceu-me dizer-te... nenhum curso te vai dar aquilo que já não tens!





P.S. E foi mesmo esta foto que me apeteceu pôr aqui...  da minha mais velha com a minha doce avó Luciana, tão velhinha já aqui, mas ainda com uma das bisnetas ao colo...

quinta-feira, 3 de maio de 2018






E DE REPENTE...


E de repente estamos em maio e vejo que há quase um mês não publico nenhum post aqui. Nunca me tinha acontecido e acho que é do turbilhão de assuntos diários que tenho que resolver, a um ritmo de vários por hora, o que me esmifra as energias. E quando paro, disperso-me pelos vários focos de descompressão que tenho e nem sempre tenho privilegiado este... 

E de repente, vejo que o ano letivo está a acabar numa velocidade de tempo alucinante que não me deixa respirar e às vezes, nem processar a informação. E de repente apercebo-me que o Pedro tem quase 1,80m está a acabar o terceiro ciclo e apercebo-me que já só vou ter um filho no secundário. E de repente a vida das duas filhas fora de casa vai-se tornando uma coisa que quase apalpo, de tão próxima que está. E de repente estarei naquela fase de tantas colegas com quem trabalhei, que tinham os filhos nas faculdades e outros já muito crescidos, enquanto eu andava ainda a comprar fraldas e a fazer cinesioterapias respiratórias, com três filhos bebés atrelados a mim. Pois! E como se deu este fenómeno da passagem do tempo, que não dei por ele?
E sim, sou descontraída com esta coisa, mas lá que fico um bocadinho atordoada, isso fico.
Fogo! Vou ali ver se encontro mais fotos antigas, para ver se não me sinto tão... velha?
Pois...