PAULINHA
(outra vez... afinal, não há limites para aquilo que nos sensibiliza!)
Tenho andado a remoer neste pensamento. Aquele encontro quase fortuito entre colegas, em que ela falou tanto de si e da relação que tem tido com a perda, com a morte, com o luto da ausência de alguém que fazia parte de si, como uma pecinha do puzzle que encaixa e que agora falta.
Identifico-me imenso com ela. E sinto isso, sempre que estamos juntas. Na forma de falar, de estar, de trabalhar e é uma pessoa que faz parte do leque de outras pessoas que preenchem a minha vida indissociadas do sentimento de ternura, que é uma grandessíssima dádiva, nos dias de hoje. Ela tem esse efeito em mim. Já o tenho dito, assim como já disse que é uma pessoa que tem tido tiradas essenciais para algumas opções que tenho feito, a nível profissional. Aquela pequena conversa, fortuita, daquele encontro em final de férias, no outro dia, fez-me, OUTRA VEZ, reforçar tudo aquilo que sinto em relação a ela: empatia e uma ternura imensa que me fez ouvi-la e identificar-me 500.000% com aquilo que disse. A forma como falou dele, da falta que lhe fazia, as saudades que sentia, a vida que continua, a mágoa/ferida/cratera, que fica aberta e que não fecha e a grandeza da relação que tinham, grandeza esta única, pessoal, íntima, inviolável e inesquecível. Tudo isso me fez admira-lá imenso e dizer-lhe outra vez, como já lhe disse que, apesar da perda irreversível que nos domina de vazio e de saudade, ela tem o melhor de tudo no coração e na vida que construiu com ele: um amor que foi (é) único, inviolável e inesquecível. Um amor sagrado, portanto... Talvez tenha sido isto também que me interpelou? Não sei, mas apeteceu-me dizer-lhe que teve (tem) aquilo que tantos e tantos levam a vida a procurar e nunca encontram, porque só vêm na televisão. Um amor que dá sentido e justifica. Um amor que é maior que nós e nos preenche. E isto, querida, não é lamechice. É antes uma grandessíssima felicidade. Que tu tiveste.
Paulinha, estarão juntos, para sempre, vocês, e esse é o teu maior tesouro.
Adorei estar contigo naquele nosso café de noite fria de Verão. Adorei ouvir-te e sentir que temos tanto em comum. Adorei receber a tua comoção, daquelas genuínas que só se partilha com amigas. Adorei saber que sou abençoada por ter gente assim como tu na minha vida. Adorei o teu testemunho de um amor entre um homem e uma mulher, vividos assim, na primeiríssima pessoa, mesmo quando um já cá não está e por isso, o que se sente se torna ainda maior. Adorei um bocadinho de tempo tão normal, mas tão verdadeiro. Eu não te dei nada, mas tu interpelaste-me!
Um bj, princesa e não te feches à emoção. Ela torna-te assim única, maravilhosa e verdadeira.
P.S. Não há foto para este post. Talvez esta, desta grandiosidade que tínhamos todos os dias...
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