-Cativar quer dizer o quê? - perguntou o Principezinho.
- É uma coisa que parece que toda a gente esqueceu- respondeu a raposa. -Quer dizer criar laços...
In, O Principezinho
- É uma coisa que parece que toda a gente esqueceu- respondeu a raposa. -Quer dizer criar laços...
In, O Principezinho
-Mas gosta, sim, acredito que goste. Mas quando se gosta, isso por si só não basta. Exige também algum esforço, alguma atitude da nossa parte, se não, é um gostar egoísta, é como que desequilibrado. De que importa o gostar se depois não se acompanha isso com atitudes de complemento, de atenção, se não há um esforço para regar esse gostar? Mesmo que seja um esforço pequenino, proporcional àquilo que podemos dar?
Acenava, concordando.
Esta conversa com ela fez-me pensar em tantas relações que existem assim. Relações variadas, entre pessoas variadas, pautadas por vínculos preciosos que ligam as pessoas entre si. Tantas relações que são egoístas, desregradas, calculistas, de certo modo. Gosta-se, mas desde que isso seja fácil, sorridente, descomplicado. Gosta-se desde que isso não exija esforço nenhum, gosta-se num mundinho confortável de zona de conforto bem definida, onde aquilo que passa a fronteira X e Y já não cabe nesse GOSTAR, porque dá trabalho, porque incomoda, porque chateia.
Pois é... E assim se vai vivendo, acreditando-se piamente que se gosta e que se faz tudo por esse gostar. E às vezes quase nos convencemos mesmo de que estamos certos, certíssimos, numa sobranceria egoísta que nem nos faz pensar.
E é importante termos consciência disto, assim como é importante sermos verdadeiros nas relações, dizermos o que pensamos, não abdicarmos do que nos é essencial, termos uns afetos transparentes e sinceros. Afetos sinceros. Afetos transparentes. Afetos saudáveis.
É que um gostar a sério é isto, sabias? Esta mistura de verdade e transparência, transparência e verdade. Se assim não for, gosta-se a brincar, só. E não ficamos equilibrados, acho eu...
P.S. E estas coisas do GOSTAR aplicam-se a todas as relações na vida que quisermos criar... a todos os laços que quisermos unir... e isso é a parte mais gira.
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