sexta-feira, 28 de outubro de 2016





LEMBRETES

Nem imaginas o bem que me tem feito ver este lembrete saltitão que puseste no meu telemóvel e que de vez em quando aparece no ecrã principal e lá fica.
És terrível, tu... 
Tem-me sabido a mel, isto, nestes dias (mais) difíceis em que a descortesia, nos entra pela vida adentro e nos faz sentir assim como que extra-terrestres de uma galáxia diferente, só porque tentamos ser sempre corteses, delicados e simpáticos. É que acredito que atrás disto vem sempre a educação, sabes, e firmeza nenhuma nos é retirada por sermos assim.

Mas pronto, é a vida que temos, o mundo que temos, as pessoas que temos. Que, graças a Deus, vão sendo uma minoria ainda.
E quanto ao meu lembrete saltitão, tem servido para isso mesmo: adoçar-me a vida com aquilo que é mesmo importante e que dá sentido a tudo o mais e o resto. 
Thank you sweetie...



quinta-feira, 20 de outubro de 2016






E QUANDO...

E quando perco o chão é em ti que continuo a pensar, em busca daquela segurança que tu me sabes dar, mesmo sem te dares conta, dando-me chão, espaço e tempo para viver sem medos. Como se a minha (aparente) segurança só fosse completa contigo.
E quando me sinto cheia de tudo o que traz ruído, é do silêncio seguro do nosso amor que preciso, como se precisasse de voltar ao que é simples para tudo ganhar sentido. 
E quando os meus sentidos ficam cheios de informação que atordoa, é também  do riso simples contigo que tenho saudades, aquele riso dos 18 anos que nos caracterizava e, quero crer, nos caracteriza até hoje, nos dias bons. E por isso é ainda hoje bom rir contigo.
E quando o peso dos problemas me faz vacilar, é também do que já construi contigo que me recordo, como se esse fosse um dos rochedos seguros ao qual me quero agarrar. E agarro.
E sim, fica tudo um pedacinho melhor. A sério...




quinta-feira, 13 de outubro de 2016





DESCOMPLICAR

(continua a precisar-se!)

Uma amiga minha costuma dizer que Deus não nos dá nada que não possamos suportar. Acredito profundamente em Deus e acho piada à frase que retira algum fatalismo ao que nos vai acontecendo, acho, tornando-nos agentes na primeira pessoa da nossa história. Também nunca fui muito de matutar nas coisas. Acontecem e pronto! Acho que é o meu espírito prático (herança absoluta da minha mãe) e um interruptor de descomplicar que tenho. Acho sinceramente que é isso. Se assim não fosse tantas coisas seriam um drama e tantas coisas seriam muito mais complicadas do que são. Depois, o facto de ter três filhos seguidos, o meu percurso profissional em variadíssimas escolas, o contacto com tantos e tantas colegas diferentes e tantos e tantas formas de trabalhar, as minhas mil outras tarefas que tenho extra trabalho, a coerência entre o descomplicar e o manter o rigor e a seriedade (maior dos desafios, este!), acho que tudo contribuiu para um espírito prático apurado que me tem levado a filtrar e absorver (por esta ordem) só o que é necessário. E sou feliz assim.
E por isso me lembrei hoje deste post antigo e deste porto seguro com cheiro e cor dos meus onde chego todas as noites e que me ajuda a descomplicar e me estrutura como pessoa. 
Pois é! Há coisas que já não mudam... 



terça-feira, 11 de outubro de 2016




TEMPERO FORTE

Provavelmente vais odiar a foto que escolhi para este post, mas já estou habituada a que discordemos muitas vezes nestes assuntos de fotos e gostos. Gosto desta foto porque gosto do teu ar, senhora de si e sabedora das tuas verdades e certezas. Olhando em frente, determinada. É bom ser-se determinada e convicta. Dá-nos um tempero forte, isso e afirma-nos, às vezes, no meio de tanta gente sem sal. 
Sim, e hoje em que, por vários motivos, me lembrei tanto da cortesia, pensei em ti e quis dizer-te que, tudo o que temos vindo a conversar, sobre cortesia, educação, o sermos diferentes, elevados, especiais, vai obrigar-nos sempre a fugir da mediania, a procurarmos a diferença e a sermos elevados de espírito e de alma. Não é fácil, mas é o único caminho.
E com isto, princesa, não ficas menor. Antes ficas especial e maravilhosa e se a isso juntarmos esse teu ar, então serás irresistível.
LUV U!


domingo, 9 de outubro de 2016






PEIXINHOS DENTRO DE ÁGUA AZUL





Esta foto faz-me lembrar os almoços ao domingo, na casa da minha mãe, tua avó, onde fazemos selfies parvas e vocês ensinam a avó a instalar aplicações no telemóvel. Onde os primos brincam e nós, adultos, deitamos conversa fora. Onde se vêm, espalhadas pela casa, fotos antigas, minhas, dos meus irmãos e dos meus Pais. Onde se respiram afetos, numa família barulhenta que fala toda ao mesmo tempo. Onde se abraça a avó, quase a estalar-lhe os ossos. Onde se pode ser o nosso EU mais autêntico: barulhento, sincero, agitado. Onde a nossa raiz se afunda, para nos dar a segurança de sermos o que somos. Onde nos sentimos bem, porque parecemos peixinhos dentro de uma água azul. Onde ficamos de frente com uma receita tão simples para ser feliz.
Já o tinha dito aqui que a casa da minha mãe tem este duplo sentido. E que um simples almoço de domingo se pode transformar, se quisermos, numa coisa muito séria. 
E para ti, que agora que nem sempre lá podes ir connosco, sei que continuará a ter estes sentidos todos e mesmo à distância, te estruturará como pessoa, fazendo-te perceber que a simplicidade da vida e dos momentos pode dar-nos, às vezes, o mais importante. 
E eu, que sou tua mãe, te digo que isso é mesmo verdade...