sexta-feira, 18 de setembro de 2015




ASAS DOS PAIS, LEQUES DE GENTE E PASTILHAS GORILA

Há 8 dias que não escrevo no blog?
Podia ter escrito sobre a senhora gira, pequenina e de saia cor-de-rosa, rodada, que vi no hospital, no outro dia. Tinha o cabelo arranjado, estava maquilhada e tinha as unhas dos pés e das mãos vermelhas. Caminhava ligeira, direitinha e com ar decidido. Imaginei-me com a idade que achei que ela teria e idealizei que também gostaria de ser assim, coquette, quando fosse velhinha. Isto teria dado um post giro, de certeza, embora eu ache que não chego a velhinha. Podia ter escrito sobre a miúda, empregada de um café onde fui e que era azeda e nada bem-educada para as pessoas. Podia ter escrito que isso me saltou à vista, tão novinha e tão velha já. Podia ter escrito sobre o efeito que as pessoas simpáticas continuam a ter em mim, apetecendo-me logo metê-las dentro do coração. Podia ter escrito sobre a gestão que vejo as minhas filhas a fazer da logística que se aproxima e que impõe que tratem de horários, atividades, horas e inícios. Podia ter escrito sobre o orgulho que sinto desta gestão que vão fazendo de pormenores das suas vidas, como mulheres já, a prepararem-se para um mundo já ali à espreita, fora da asas dos Pais. Podia ter escrito sobre as saudades que sinto sempre de quem deixei na escola do ano anterior e de como, num leque de gente, há sempre quem me fique no coração, como se este fosse uma pastilha Gorila de morango que faz balões, doces e esticados sem fim. Podia ter escrito sobre a azáfama que vai caindo sobre nós os dois e de como nos vamos adaptando a uma vida que nos preenche e nos deixa, muitas vezes cansados sem querer. Podia ter escrito sobre ter uma filha com quase 18 anos e do efeito que isso tem em mim. Podia ter escrito sobre tudo isto, eu sei. Há sempre assunto cá para estes lados. É a prova de que estou viva e desperta para o que me rodeia. Mas uma certa anestesia que ainda se vive por aqui, provocada por este AINDA rescaldo de férias dos miúdos, inebria-me um bocadinho, reconheço. Agora, é esperar pela rotina que depressa chegará. E se esta rotina, para muitos contextos, pode ser negativa, a mim, pessoalmente, leva-me para tempos e espaços que conheço bem, para zonas de conforto que domino, para uma pressão diária com a qual estou habituada a lidar.
Venha ela, então... Acho que estou preparada!

P.s. Ainda hoje, as GORILA são as minhas preferidas!


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