A MAIS RICA
É aqui que volto quando estou perdida, cansada, confusa, um bocadinho mais triste. É aqui que volto quando estou apressada e com ela, a pressa, não cuido, não mimo, não vejo, anestesio e parece que fico indiferente. É aqui que volto quando tenho que centrar a lente que desfoca o essencial, aquilo que vale mesmo a pena. É aqui que volto quando tenho que falar de mim, das minhas coisas, daquilo em que acredito, na cor e no tom que quero pôr no que me rodeia. É aqui que volto quando preciso que me oiçam, que as coisas que digo façam sentido. É aqui que volto quando preciso de ganhar significado.
E aí vejo-vos, vejo-nos e ganho o passado que já vivemos, o presente que temos e o futuro que imaginamos. E tudo ganha sentido, como se, no final, ficasse sempre a ganhar porque tenho a sorte e a graça imensa de vos ter na minha vida, aos 4 e a cada um, como tesouros preciosos, que me tornam imensamente rica, a mais rica.
O cansaço não passa como num milagre, a pressa continua, ali ao lado, chata e egoísta, contrariando os contos de fadas, onde tudo é cor-de-rosa, a lente das coisas continua, de vez em quando a desfocar, como se a vida fosse este vai-e-vem de avanços e recuos, é verdade, mas que os 4, os 5, funcionam (funcionamos) assim como um unguento cheiroso, um bálsamo de coisas boas que deixa um cheiro bom às coisas, é mesmo verdade!
E, no meio de tudo, só isto importa!
Ou não é?
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