sexta-feira, 4 de março de 2016




DESCONTRAÇÃO q.b



O teste correu-lhe mal, muito mal, mãe, nunca tinha deixado exercícios para fazer na minha vida. Bateu de frente com uma sensação de frustração que faz sempre crescer, se for bem processada e se dela se retirar ensinamentos valiosos, mas que não é DEFINITIVAMENTE, fácil. Bateu de frente com a sensação de que o esforço, o brio, a dedicação nem sempre são reconhecidos na sua plenitude, não se traduzindo por resultados desejados, ou ansiados (welcome to real live!). Sempre lhe disse que é uma escravatura esta tirania da média, da nota no acesso à universidade, que considero que há muitos outros fatores que fazem deles homens e mulheres sãos e capazes e que não são, infelizmente, nem perdidos nem achados nesta coisa do acesso. Digo-lhe muitas vezes que é tentador, para um bom (leia-se ótimo, excelente) aluno cair nesta rede de centrifugação absurda de energias, centrando-se só nas notas, notas, notas e que o desafio será sempre o de resistir a esta tentação e de ver TODA a vida que os rodeia, estudando, vivendo e descontraindo, caldeando isso tudo numa mistura que se revelará, certamente, numa motivação incrementada. Sim, farto-me de lhe dizer isso, mas também sei que esse equilíbrio terá que ser ela a descobrir e conquistar.
É uma miúda maravilhosa e sei que o futuro lhe vai sorrir, ou não fosse eu uma mãe galinha, do mais galinha que pode haver.
Mas também sei que a vida não é desenhada a régua e esquadro e que há muitos planos B e C e D que às vezes surgem e podem ser maravilhosos também. Resta-nos só não nos fecharmos a eles e olhá-los de frente, encará-los, rirmo-nos deles e dar-lhes assim, algumas doses certas de descontração. Essa, também faz milagres!

P.S. Qualquer que ele seja...


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