terça-feira, 13 de novembro de 2018




Fogo!!!

(Afetiva e efetivamente... )






Não encontrei aqui, em 5 minutos e em 6 anos de blog, o post, ou os posts onde já escrevi coisas parecidas com isto que vou agora escrever aqui, mas esta sensação que me assalta às vezes, assim de ser uma extra-terrestre-completamente-desfasada-daquilo-que-oiço-à-minha-volta, continua a assaltar-me algumas vezes e por isso, repito o que já disse: Devo mesmo ter um problema, dou por mim a pensar... só pode ser... as pessoas falam com uma propriedade das coisas, com uma naturalidade e com um ar tão convicto e verdadeiro que o desfasamento só pode ser meu. E então desabafo com aqueles que me estão mais próximos, até numa tentativa de partilhar a incredulidade, ou mesmo só para desabafar e pronto, lá fico um bocadinho mais descansada, UFA! afinal, há quem pense como eu e isto lá me sossega, pelo menos até à próxima ocasião de espanto de e o quê? será possível?

E isto passa-se, por vezes, em contextos em que estou mais direta ou indiretamente envolvida e em que oiço alguns Pais a falar dos seus filhos. Fico louca com algumas coisa que oiço e vejo e percebo! 
Não sou, nem nunca serei melhor mãe que ninguém. Não sou, nem nunca serei melhor pessoa que ninguém. Sou uma mãe normalíssima e uma pessoa do mais normal que há. Educo os meus filhos segundo os padrões em que eu e o pai acreditamos e relaciono-me com eles, devolvendo-lhes a responsabilidade de, às suas medidas, serem também responsáveis, íntegros e educados. Como se isto de educar fosse um processo de vinculação afetiva e efetiva que nos torna todos elementos que interagem entre si. 
Não tenho receitas, nem sei se vou ter sempre bons resultados. A vida terá sempre um quê de insondável e de incógnita que não podemos controlar e/ou adivinhar, isso é certo, mas por favor aqueles que me estão próximos estão autorizadíssimos a chamar-me a atenção, agora no presente, se algum dia eu perder a lucidez e assumir um discurso que infantilize, desresponsabilize, desculpabilize em excesso os meus filhos, um discurso que os faça ter o mundo a girar em seu redor, como se fossem o centro do universo, ignorando tudo o mais e o resto e centrando a lente neles e só neles. Como se não houvesse mais nada. 
Fogo! É que não vá o diabo tecê-las e dar-me a travadinha... 'Jasus!!!  

sexta-feira, 9 de novembro de 2018




NUNO




Ontem fez 21 anos que nos deixaste. 21 anos, dei por mim a pensar... como é possível isto? Eu estava grávida da Beatriz, nas últimas semanas e este acontecimento da tua partida assaltou-nos como um terror noturno que nos transforma a vida e a vira do avesso. Lembro-me com memória nítida de todos os pormenores daquele fatídico final de tarde, da cara do papá, da mamã, da angústia, da perda, sobretudo da terrível e irreversível perda que ficou, que nos rodeou, assaltou e envolveu, como uma névoa pegajosa que não sai da pele. Lembro-me de, a chorar, pensar naquela filha que aí vinha daí a dias e não te ía conhecer, a ti que gostavas tanto de miúdos e ías, de certeza, ser um super tio. Lembro-me do Carlos, sempre comigo e do conforto doce e sereno que isso me deu. Não sei porque pus aqui esta foto. Tenho outras, várias, muitas de ti jovem, de ti adulto. Gosto desta. Gosto desta cara de menino bonito e doce que tu eras e foste. Gosto de te ver fardado de Lobito. Gosto das memórias da infância, daquela em que éramos mesmo pequenos, antes do João nas nossas vidas, para repartirmos o amor de irmãos. Gosto da infância que tive contigo, das tantas histórias que temos, das quais me lembro com ternura. Sei do laço forte que tinha contigo e que durou até sempre e para sempre. Sei que ontem, pensei de forma especial em ti e pedi a Deus que te abraçasse no Seu amor. Peço sempre. Vou pedir sempre. Acho que o amor de irmãos é isto, esta coisa visceral, mais forte que nós e, afinal, tu estás sempre comigo, fazes parte de mim, da minha vida, da minha história e do meu amor. 
E sabes, Nuno, vives assim... nestas memórias e nestes corações. Com todos nós. Muito...
LUV U!