sábado, 29 de julho de 2017





UM NÃO-SEI-O-QUÊ


Li algures, no outro dia, que a relação do casal é a que mais sofre no meio da pressão. É aquela que mais vem a sentir falta de mimo, colo, tempo e espaço. É a que mais clama por sossego e silêncio, por ternura e olhar (re)descoberto, cúmplice e único. É aquela mais difícil de gerir, manter e mimar. A relação do casal é a mais exigente, que não tem, por garantia, a voz do sangue e  que fácil pode ceder ao desgaste e que fácil, fácil pode fazer (querer) desistir.
Mas depois, também é aquela que nos pode reinventar e devolver o outro (a), a cada vontade de não desistir. É aquela que nos garante uma capacidade ultra sónica de sabermos AMAR MUITO e AMAR BEM, é aquela que nos devolve o melhor que o amor tem, só por um olhar, um toque, um cheiro, um pôr de mão, um não-sei-o-quê-que-nos-tira-o-chão-e-nos-faz-sorrir. É aquela que nos dá a capacidade de fazer amor com corpo e com alma. É aquela que nos dá memória e história e passado e futuro. É aquela que faz sentido porque tem isto tudo.
E é por isso que eu, entre férias e filhos e amigos de filhos e praias e lazer e eventos e logísticas e coisas que estão marcadas e que vão acontecer e que vão saber bem e que nos vão isolar (aos 5), o que eu queria mesmo-mesmo era ter uns dias só contigo, num sítio qualquer, onde o prazer de te descobrir, cada pedacinho de ti, ia ser único e maravilhoso, como sempre.
Até lá, vou desenhando destinos na minha cabeça, equacionando datas possíveis e aproveitando ao máximo, aquilo que as férias dão: este ócio delicioso e retemperador, a cinco. Onde tu também estás.







quarta-feira, 19 de julho de 2017




DOSSIERS...


À medida que vou fechando dossiers, vou registando sinapses cerebrais que me alertam para o quase, quase, quase que estão a chegar as férias. É uma esplanada que me parece mais apelativa, é o livro X e Y e Z, que me salta à vista, reagindo aos meus freniquoques de leitura, é o pôr-do-sol que apetece ficar a ver, é o jantar mais tarde porque sim, é a casa dos amigos e o ajuntamento aqui e ali que sempre fazemos, é, é, é...   Sim,  as férias estão assim-já-tao-perto-que-quase-lhes-posso-tocar, alimentando no meu subconsciente todas as ideias boas do que quero fazer nelas e com elas, como se dessem para tudo, retemperassem a 100%, ou eclipsassem no espaço, preocupações e pendentes.
Não. As preocupações não desaparecerão e os pendentes ali continuarão assim mesmo, pendurados num tempo parado em que esperam para ser resolvidos e o cansaço voltará todo sobranceiro, mas a sensação inigualável de anestesia e de um egoísmo tão bom que nos alimenta os gostos, os hobbies, as preguiças, os passeios e tudo o mais e resto que queiramos fazer, isso ninguém tira às férias e então elas assim são para nós: tempos nossos, bons, sugados até ao tutano, vividos com quem escolhemos, passados onde queremos e  preparando-nos então, para os chatos dos pendentes, esses sim, uma real seca.
Cá por mim, não lhes fujo, mas por agora que fiquem assim mesmo: pendurados à minha espera
Por agora, quero aproveitar MUITÍSSIMO!!





sábado, 8 de julho de 2017





COLA-TUDO










E esta cumplicidade de irmãs, abismalmente diferentes uma da outra, este sorriso partilhado, estas vivências juntas, este segredar, este recorrer uma à outra, este chamar de mana, este pedir de conselhos, esta partilha. E este  trocar de experiências comuns, dar-vos-á uma cola-tudo que vos fará não descolar mais da vida uma da outra, mesmo que as diferenças que vos distiguem, sejam só isso: diferenças dadas pelo ADN, mas relativizadas na vida real. 
E sim, adoro as fotos que me mandam, ou não fosse eu uma mãe babadíssima

da vossa fotogenia... (como todas as mães, acho...)




P.S- Servirá também para me ir habituando para quando vos tiver as duas fora... Para já, consola-me o tempo (tempinho) que ainda falta e o ter ainda o Pedro a gritar pela casa como um Tarzan... UFA!!!








terça-feira, 4 de julho de 2017




TESOURO


E pronto, às vezes uma foto tirada à pressa no jardim, entre gritos e desassossego, faz-nos insuflar o coração e agradecer, agradecer  imenso por este tesouro. O melhor de todos.  O único que importa!
E pronto, não resisti..


segunda-feira, 3 de julho de 2017




SENHORES DO TEMPO





Entrei nos 45 num dia de sol e calor, talvez como no dia em que nasci, num hemisfério sul distante, numa cidade maravilhosa de sol tropical. 
Foi um dia estranho, este ano, meio enevoada no meio de tudo o que aconteceu, mas foi também um dia confiante e dedicado, onde estive com quem mais gosto e que acabou com o melhor de tudo o que tenho: o meu núcleo mais que sagrado, caseiro, ruidoso e barulhento, maravilhoso e grande, heterogéneo, único e meu.
E pronto, já tenho 45. 
Noto diferenças em mim em muitas coisas: na paciência, na resistência física, na disposição para algumas coisas, mas noto também gostos antigos ainda mais apurados (leia-se exigentes?), talvez porque já sei bem o que quero e do que gosto, talvez, talvez...
E  essa exigência é também porque o tempo passa depressa demais e nos torna impacientes para o que não interessa. Passa a uma velocidade que não controlamos, com constelações de coisas paralelas à volta dele que o tornam dominante e soberano. Não podemos fugir-lhe, isso é certo. É sinal de vida e de caminho, de desenvolvimento (assim se queira) e de futuro. Podemos é, seguramente, obrigar-nos a fazer dele um marcador bom, com coisas boas que nos distingam, com esperança e otimismo, com baixos e altos e altos e baixos que nos reequilibram sem cessar, com memórias boas que guardamos e com cheiros e gente que escolhemos ter.
Pois é, pois é... senhores do tempo nunca seremos, mas senhores do que queremos fazer dele, isso sim, essa escolha é muito nossa. E imperiosa!



P.S. E por aqui passará sempre a minha escolha.